O primeiro míssil balístico intercontinental (IBM) teria sido lançado da Rússia nesta quinta-feira (21), de acordo com a Força Aérea da Ucrânia, que informou que o lançamento ocorreu na região de Astrakhan, localizada no sudeste da Federação Russa, próxima ao Mar Cáspio, ao sul de Volgogrado.
Os ataques noturnos realizados pela Rússia tiveram como alvos principais “empresas e infraestrutura crítica na cidade de Dnipro”, situada na região centro-leste do país. A Força Aérea não forneceu informações sobre possíveis baixas, danos ou se a defesa aérea ucraniana conseguiu interceptar o IBM. No entanto, o exército relatou que seis mísseis de cruzeiro Kh-101 foram derrubados. Segundo informações do jornal britânico The Guardian, essas informações ainda não puderam ser verificadas de forma independente. Após os Estados Unidos se envolver diretamente no conflito, a guerra ganhou novo nível de tensão.
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Além de endossar a presença em solo ucraniano de assessores militares dos EUA para a manutenção de caças F-16 e sistema anti-mísseis Patriot, o presidente Joe Biden autorizou o uso do sistema de mísseis ATACMS -- com alcance ainda indefinido, mas que potencialmente pode chegar a 300 quilômetros.
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O que são IBMs
IBMs possuem alcance de milhares de quilômetros e podem transportar tanto cargas convencionais quanto nucleares. É um míssil balístico de longo alcance, capaz de superar 5.500 quilômetros, desenvolvido principalmente para transportar armas nucleares, incluindo uma ou mais ogivas termonucleares.
A maioria dos modelos modernos é projetada para acomodar múltiplos veículos de reentrada com alvos independentes (MIRVs), permitindo que um único míssil carregue várias ogivas, cada uma capaz de atingir um alvo distinto. Atualmente, apenas Rússia, Estados Unidos, China, França, Índia, Reino Unido e Coreia do Norte possuem ICBMs operacionais conhecidos.
O que se sabe
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou não ter "nada a declarar" sobre a acusação dos militares ucranianos de que a Rússia teria disparado, pela primeira vez, um míssil balístico intercontinental (IBM). Durante uma conversa com jornalistas, Peskov evitou fazer comentários, limitando-se a dizer: “Essa é uma questão para nossos militares.”
A alegação dos militares ucranianos de que a Rússia utilizou um míssil balístico intercontinental (IBM) em um ataque na manhã de quinta-feira marca o possível primeiro uso dessa arma de longo alcance em uma guerra que já ultrapassa 1.000 dias.
O episódio ocorre em uma semana marcada por mudanças políticas significativas tanto na Rússia quanto na Ucrânia, além de reações de seus aliados ocidentais.
No domingo, o presidente dos EUA, Joe Biden, autorizou a Ucrânia a usar mísseis de longo alcance americanos, conhecidos como ATACMS, contra alvos no interior da Rússia. A decisão, que quebrou um tabu mantido por meses, gerou indignação entre autoridades russas.
Em resposta, na terça-feira, o presidente Vladimir Putin anunciou uma atualização na doutrina nuclear russa, declarando que qualquer agressão de um estado não nuclear, mas com envolvimento de uma potência nuclear, será considerada um ataque conjunto à Rússia.
No mesmo dia, a Ucrânia rapidamente colocou em prática seus novos poderes. Segundo o Ministério da Defesa da Rússia e dois oficiais dos EUA, mísseis ATACMS foram disparados pela Ucrânia contra a Rússia pela primeira vez.
*Matéria em atualização