A Força Aérea da Ucrânia informou, na manhã desta quinta-feira (21), que a Rússia teria utilizado, pela primeira vez, um Míssil Balístico Intercontinental (ICBM, na sigla em inglês) em um ataque contra o território ucraniano. O lançamento, supostamente realizado a partir da região de Astrakhan, teria como alvo instalações de infraestrutura na cidade de Dnipro.
As autoridades militares ucranianas não detalharam se o ataque causou baixas ou danos significativos. Confirmaram apenas que interceptaram seis mísseis de cruzeiro russos Kh-101, mas destacaram que o ICBM não foi interceptado.
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O uso de um ICBM pela Rússia marca uma escalada significativa no conflito com a Ucrânia. Esses mísseis possuem a capacidade de carregar múltiplas ogivas nucleares, que podem ser detonadas em diferentes alvos simultaneamente. O lançamento desta quinta-feira, entretanto, teria sido de um ICBM carregado com seis ogivas convencionais.
Veja vídeo das explosões:
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O lançamento do ICBM ocorre em meio a um aumento das tensões entre Rússia e Estados Unidos. No último domingo (17), o presidente norte-americano, Joe Biden, autorizou a Ucrânia a usar mísseis de longo alcance americanos, conhecidos como ATACMS, para atingir alvos no interior da Rússia. A decisão, que rompeu uma política de restrição mantida por meses, foi recebida com indignação por Moscou.
Em resposta, na terça-feira (19), o presidente russo Vladimir Putin emitiu um decreto permitindo o uso de armas nucleares contra qualquer “agressão” de um “Estado não nuclear, mas com a participação ou apoio de um país nuclear”. Essa declaração intensifica o temor de uma escalada nuclear no conflito.
O que é um Míssil Balístico Intercontinental (ICBM)
Os Mísseis Balísticos Intercontinentais (ICBMs) são armas estratégicas projetadas para transportar ogivas nucleares a distâncias superiores a 5.500 quilômetros. Essencialmente, eles atuam como veículos de entrega para armas de destruição em massa, incluindo bombas atômicas ou termonucleares de poder devastador. A característica principal desses mísseis é sua trajetória balística: impulsionados por um sistema propulsor, eles atingem o espaço antes de reentrar na atmosfera para atingir o alvo.
Capazes de alcançar qualquer ponto do planeta em menos de uma hora, os ICBMs compõem os arsenais de potências como Estados Unidos, Rússia e China. Muitos desses mísseis possuem múltiplos veículos de reentrada independentes (MIRVs), o que permite a entrega de várias ogivas, cada uma direcionada a um alvo diferente, aumentando significativamente seu impacto.
No entanto, o uso de ICBMs levanta o risco de um conflito nuclear global. Por serem difíceis de interceptar, seu lançamento pode ser interpretado como um ataque iminente, desencadeando retaliações automáticas em questão de minutos.