Como se preparar para a guerra e lidar com crises de segurança?
É o que governos de pelo menos três potências da OTAN querem que seus cidadãos saibam. De acordo com veículos internacionais, a partir desta segunda (18), Suécia e Noruega têm distribuído panfletos — atualizados de suas versões da Segunda Guerra Mundial — sobre como lidar com ameaças externas à segurança, e o governo da Finlândia publica informações sobre como lidar com "incidentes e crises".
Te podría interesar
As informações de segurança pública vêm em meio ao acirramento dos conflitos entre Rússia e Ucrânia, que ganhou um novo degrau para escalar com a autorização de Biden, dada neste domingo (17), para o uso de mísseis de longo alcance pela Ucrânia.
A Dinamarca também já trabalha em uma cadeia de emails com informações sobre emergências; o panfleto eletrônico traz detalhes sobre como estocar água, comida e remédios por até três dias, conforme noticiou a BBC.
Te podría interesar
De acordo com Tore Kamfjord, da Direção Norueguesa de Proteção Civil (DSB), foram distribuídas mais de duas milhões de cópias de informativos sobre crises, uma para cada residência do país.
Os panfletos não tratam apenas de crises como conflitos militares, mas trazem informações sobre eventos climáticos extremos, como enchentes e deslizamentos.
Mas a parte que mais chama a atenção é a atenção para o risco de eventos nucleares: uma seção dos panfletos seria dedicada a ensinar como estocar comidas não perecíveis, como barras de proteína e massas, e como usar medicamentos com composição de iodo em caso de acidentes nucleares.
Na Suécia, os panfletos foram atualizados de suas antigas versões, que datam da Segunda Guerra Mundial, intitulados "Se a Guerra Vier". A última atualização havia sido feita durante a Guerra Fria.
Em março de 2024, a Suécia passou a integrar oficialmente a OTAN, logo após a Finlândia, que se uniu à organização ainda em 2023. Ambos têm um passado de neutralidade militar que foi oficialmente encerrado com a adesão ao bloco.
A proximidade de um conflito militar a níveis mundiais parece ter dado a tônica dos recentes informativos compartilhados pelas potências europeias; no início de 2024, o ministro da Defesa Civil da Suécia, Carl-Oskar Bohlin, afirmou que "poderia haver uma guerra na Suécia", posicionada a oeste da Rússia e separada do país pelo Mar Báltico e pela Finlândia, que ocupa a faixa de terra entre os dois.
"A situação da segurança é séria", disse em comunicado Mikael Frisell, diretor da Agência Sueca de Contingências Civis (MSB), "e todos nós precisamos fortalecer nossa resiliência para enfrentar várias crises e, finalmente, a guerra".
O tom alarmista foi repetido por Micael Byden, o ex-comandante das forças armadas do país, que afirmou, em janeiro, que os suecos "têm de se preparar para a guerra", conforme noticiou a AFP.