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Elon Musk revela seu plano para os EUA após ser nomeado por Trump

O bilionário foi nomeado pelo novo presidente eleito para comandar o Departamento de Eficiência

Elon Musk revela seu plano para os EUA após ser nomeado por Trump.Elon Musk discursa em comício de TrumpCréditos: Reprodução/ YouTube/ WFAA
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O presidente eleito dos EUA, o republicano de extrema-direita Donald Trump, cumpriu uma promessa de campanha e anunciou na noite desta terça-feira (12) a nomeação do empresário Elon Musk para o cargo de chefia do intitulado Departamento de Eficiência, que, segundo o mandatário, "vai desburocratizar o Estado".

Logo após a confirmação de seu nome, Elon Musk, que foi o principal financiador da campanha de Trump, declarou que o trabalho será interessante e "doloroso"; no entanto, tudo ainda é muito enigmático.

Porém, nesta quarta-feira (13), Elon Musk deixou bem claro qual será sua principal meta no governo de Donald Trump: acabar com as regulações que, segundo o dono do X, "estrangulam".

"O mundo está sofrendo um lento estrangulamento por excesso de regulamentação. A cada ano, o nó aperta um pouco mais. Finalmente temos um mandato para eliminar a montanha de regulamentações sufocantes que não servem ao bem maior", declarou Elon Musk.

A declaração de Elon Musk revela que a nova gestão de Donald Trump deve impor uma política neoliberal baseada no choque, ou seja, aprofundar a chamada autorregulamentação do setor privado. 

Elon Musk ganha cargo no governo Trump para desmantelar o Estado: "Será divertido"
 

Após anunciar o apresentador da emissora conservadora Fox News Pete Hegseth como novo secretário de Defesa dos Estados Unidos, o presidente eleito Donald Trump informou, na noite desta terça-feira (12), que nomeará o bilionário Elon Musk para um cargo em seu governo

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Empresário megalomaníaco e com sede de poder, Musk, que é dono da Tesla, SpaceX e da rede X (antigo Twitter), vai chefiar o Departamento de Eficiência Governamental dos EUA juntamente com o republicano Vivek Ramaswamy, que disputou as primárias com Trump antes da indicação oficial do partido para a disputa à Casa Branca.

Sem dar maiores detalhes, Trump informou que o Departamento de Eficiência Governamental terá a sigla DOGE, em referência à criptomoeda Dogecoin utilizada por Musk para fazer especulação, e que será um órgão que visa "desmantelar a burocracia governamental, cortar regulamentações excessivas, cortar gastos desnecessários e reestruturar as agências federais".

"O Departamento de Eficiência Governamental fornecerá conselhos e orientações vindos de fora do governo e trabalhará com a Casa Branca e o Escritório de Administração e Orçamento para impulsionar reformas estruturais em larga escala", disse Trump em comunicado. 

Em outras palavras, o papel de Musk deverá ser o de desmantelar a estrutura do Estado e diversas áreas e "passar a boiada" em desregulamentações, o que configura um conflito de interesses, já que o bilionário, através de suas empresas, possui uma série de contratos com o governo dos EUA, em áreas sensíveis como comunicações, defesa e exploração aeroespacial. 

Através de sua rede social X, Musk se pronunciou sobre a nomeação ao cargo no governo Trump. Segundo o bilionário, seu departamento vai criar um ranking sobre os "gastos mais absurdos" de impostos.

"Isso será ao mesmo tempo extremamente trágico e extremamente divertido (...)", disparou Musk. Isso vai chocar o sistema e qualquer pessoa envolvida em desperdício dentro do governo – ou seja, muitas pessoas!", disse ainda. 

Apresentador da Fox News na Defesa

O presidente eleito dos Estados Unidos Donald Trump anunciou na noite desta terça-feira (12) o apresentador da emissora conservadora Fox News Pete Hegseth para ser seu secretário de Defesa.

Veterano do Exército, o âncora que assume o comando do Pentágono deve cumprir a determinação do republicanos de eliminar as políticas de diversidade e inclusão no Departamento de Defesa. 

“Pete é durão, inteligente e um verdadeiro crente no America First. Com Pete no comando, os inimigos da América estão em alerta - Nosso Exército será Grande Novamente, e a América Nunca Recuará”, disse Trump na declaração postada em sua rede social Truth.

A nomeação exige a confirmação por parte do Senado do país, onde os republicanos têm maioria. A posição de comando e autoridade do cargo sobre as forças armadas fica atrás apenas do presidente dos Estados Unidos, que é o comandante-em-chefe. É uma posição equivalente à de ministro da Defesa em outros países. 

Antes de ingressar na Fox News em 2014, Hegseth serviu como capitão da Guarda Nacional do Exército no Iraque e no Afeganistão. Graduado em Princeton, ele se notabilizou por ser um defensor dos veteranos, atuando como diretor-executivo da Vets for Freedom, organização fundada em 2006 por veteranos das guerras do Iraque e do Afeganistão, entre 2007 e 2010.

O plano de Elon Musk para dominar as jazidas do "ouro branco" no Brasil

Em 2022, o bilionário de extrema direita Elon Musk veio ao país com a promessa de “expandir a rede de internet Starlink”, mas agora, seu foco está em um outro recurso mais lucrativo: o lítio. Esse mineral, considerado o "novo petróleo do século XXI", é essencial na produção de baterias para veículos elétricos, setor no qual a Tesla busca expandir seu domínio.

O Brasil é um país com vastas reservas de lítio, especialmente em Minas Gerais, que tem forte atividade no setor de mineração. Como o país possui cerca de 1,2 milhão de toneladas de lítio, isso o torna refém da crescente demanda global por baterias recarregáveis. 

Embora países como Austrália, Chile e China dominem a produção global de lítio, o Brasil se destaca por um aspecto importante: o método de extração mais ambientalmente amigável. Ao contrário dos países do Triângulo do Lítio — Bolívia, Argentina e Chile —, que frequentemente utilizam técnicas que causam sérios danos aos ecossistemas locais, o Brasil tem se posicionado como uma alternativa com práticas mais sustentáveis.

A chegada de empresas como a Bravo Motor Company, que planeja instalar um complexo industrial em Nova Lima, em Minas Gerais, levanta questionamentos sobre o real compromisso com a sustentabilidade. Afinal, o Brasil corre o risco de se tornar mais um elo na cadeia produtiva global de exploração de lítio.

Elon Musk tentou sem sucesso adquirir a Sigma Lithium, responsável pela maior reserva de lítio do Brasil. Seu interesse revela a importância crescente do Brasil no cenário global de veículos elétricos, um mercado em que o país, além de ser um dos maiores detentores de lítio, tem potencial para desempenhar um papel central. A chegada de gigantes do setor, como a chinesa BYD, que investirá R$5,5 bilhões em uma fábrica no Brasil, só confirma essa tendência.

Contudo, a tentativa de Musk, mais do que um simples movimento comercial, aponta para uma estratégia de exploração de recursos naturais essenciais para a indústria tecnológica de ponta. Esse movimento não é isolado, mas faz parte de uma onda de interesse estrangeiro no lítio brasileiro.

A Tesla já estabeleceu uma parceria com a Vale para a aquisição de níquel, um material crucial para as baterias dos veículos elétricos. Com esses contratos e o aumento do interesse pelo lítio verde brasileiro, há uma forte chance de que Musk avance com a ideia de abrir uma fábrica da Tesla no Brasil.

O Brasil tem a oportunidade de transcender seu papel como mero exportador de commodities e se afirmar como um centro produtor de alta tecnologia. Com a demanda por lítio prevista para aumentar mais de 40 vezes até 2040, o país pode estar diante de uma chance de se tornar um dos líderes no setor de veículos elétricos.