Em meio às ofensivas militares de Israel em Gaza e no Líbano, outro país do Oriente Médio planeja direcionar ainda mais recursos para a Defesa, aumentando o ambiente de tensão na região.
No final de outubro, a porta-voz do governo do Irã, Fatemeh Mohajerani, anunciou que à época estava sendo preparada uma proposta para ser enviada ao parlamento do país, o que já aconteceu. A decisão final sobre o orçamento deve ser finalizada apenas em março de 2025.
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A proposta orçamentária foi comparada a um “orçamento de guerra”, com sua estrutura elaborada em meio a circunstâncias econômicas e de segurança excepcionais para o Irã. No total, 47% das receitas de exportação de petróleo do país devem ir diretamente para as forças armadas.
No projeto de lei, o governo estima exportações de petróleo em dois milhões de barris por dia. Mas as vendas iranianas foram limitadas por sanções internacionais, e o retorno de Donald Trump ao cargo de presidente dos Estados Unidos pode aumentar as pressões internacionais para que a presença do país nos mercados globais seja ainda mais restringida.
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Segundo o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Stockholm International Peace Research Institute, SIPRI), os gastos militares do Irã em 2023 chegaram a US$ 10,3 bilhões. Israel gastou US$ 27,5 bilhões no mesmo ano, de acordo com a organização.
O SIPRI estima que o total de gastos militares globais atingiu US$ 2,443 trilhões em 2023, um aumento de 6,8% em termos reais em relação a 2022. Foi o maior aumento anual desde 2009. As despesas na área de Defesa no Oriente Médio aumentaram em 9%, passando para US$ 200 bilhões em 2023. Esta foi a maior taxa de crescimento anual na região vista na última década.
Clima bélico com Israel
O incremento dos recursos investidos em Defesa vem após os ataques mútuos entre Israel e Irã. O governo de Teerã lançou centenas de mísseis contra o território israelense em abril e outubro.
A ofensiva de abril foi considerada uma retaliação por parte do governo iraniano em resposta ao bombardeio de Israel que matou altos funcionários iranianos no consulado do país na Síria. Já os ataques de outubro ocorreram após o assassinato do chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, no Líbano, e do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã.
Também em outubro, Israel retaliou lançando mísseis contra o Irã, matando quatro soldados. Após a ofensiva, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmaeil Baghaei, afirmou que Teerã “usaria todas as ferramentas disponíveis” para responder ao Estado israelense.