Milhares de pessoas tomaram as ruas de várias cidades europeias e ao redor do mundo neste sábado (5), clamando pelo fim da guerra entre Israel e o grupo Hamas, na Faixa de Gaza. O conflito, que completa um ano na segunda-feira (7), já se expandiu para o Líbano e envolveu outras nações da região.
Em Londres, cerca de 40 mil manifestantes marcharam pelo centro da cidade, gritando palavras de ordem como "Parem os bombardeios" e "Palestina livre".
Te podría interesar
Entre os presentes estavam o ex-líder trabalhista Jeremy Corbyn e o ex-primeiro-ministro escocês Humza Yousaf. O protesto pacífico também contou com apoio de diversos setores da sociedade.
Durante a manifestação, a polícia fez 15 prisões, mas não especificou se os detidos eram pró-Israel ou pró-Palestina.
Te podría interesar
Em Paris, centenas de manifestantes reuniram-se na Praça da República, entoando slogans como "A Palestina viverá, a Palestina vencerá". Manifestações semelhantes ocorreram em cidades como Lyon, Toulouse e Estrasburgo.
Em Roma, o cenário foi mais tenso, com confrontos entre a polícia e jovens pró-palestinos. A polícia usou gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar a multidão, resultando em dois manifestantes presos e um policial ferido. Cerca de 6.000 manifestantes desafiaram a proibição de marchar no centro da cidade antes do aniversário de 7 de outubro do ataque do Hamas.
Em Berlim, um protesto atraiu cerca de 1.000 manifestantes com bandeiras palestinas, que gritavam: "Um ano de genocídio". Manifestantes alemães também criticaram o que chamaram de violência policial contra manifestantes pró-palestinos. Apoiadores de Israel na capital da Alemanha protestaram contra o crescente antissemitismo. Brigas eclodiram entre a polícia e manifestantes pró-palestinos.
Além da Europa, na Cidade do Cabo, na África do Sul, centenas de pessoas marcharam em apoio aos palestinos, acusando Israel de genocídio e comparando a situação com o apartheid. Os manifestantes também expressaram apoio à queixa da África do Sul na Corte Internacional de Justiça, que acusa Israel de violar a convenção da ONU sobre genocídio de 1948.
Manifestações também foram realizadas perto da Casa Branca em Washington, contra o apoio dos EUA a Israel em campanhas militares em Gaza e no Líbano.
Na Times Square, em Nova York, manifestantes gritavam slogans como: "Gaza, Líbano, vocês se levantarão, o povo está ao seu lado". Eles seguravam faixas exigindo um embargo de armas contra Israel.
A guerra foi desencadeada quando o grupo de resistência palestina Hamas atacou o sul de Israel em 7 de outubro de 2023, em um ataque que matou 1.200 pessoas e no qual cerca de 250 foram feitas reféns, de acordo com contagens israelenses.
O ataque subsequente de Israel contra Gaza matou quase 42 mil palestinos, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza. Também deslocou quase todos os 2,3 milhões de pessoas do enclave, causou uma crise de fome e levou a alegações de genocídio no Tribunal Mundial que Israel nega.
Em Manila, ativistas entraram em confronto com a polícia antimotim depois que foram impedidos de realizar uma manifestação em frente à embaixada dos EUA na capital filipina contra o apoio de Washington a Israel.
Tensões aumentam com líderes globais
Enquanto os protestos aconteciam, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, rebateu a proposta do presidente francês Emmanuel Macron de suspender a venda de armas para Israel, chamando a sugestão de "uma desgraça".
O presidente da França disse neste sábado que o envio de armas para Israel para uso na guerra na Faixa de Gaza deveria ser interrompido. De acordo com Macron, isso deveria ocorrer como parte de um esforço mais amplo na busca por uma solução política para o conflito no Oriente Médio.
“Penso que a prioridade hoje é recuperar a rota de uma solução política e que [o envio das] armas usadas na luta em Gaza seja interrompido. A França não envia nenhuma”, disse ele a uma rádio.
A França não é um grande fornecedor de armamentos para Israel. No ano passado, a venda total de armas da França para Israel somou 30 milhões de euros, de acordo com o Ministério da Defesa Francês.
O conflito segue sendo uma fonte de tensão global, com os protestos aumentando em várias partes do mundo à medida que o número de mortos cresce, especialmente entre civis palestinos e libaneses.