De LISBOA | Depois da verdadeira chuva de mísseis balísticos e hipersônicos que o Irã despejou sobre o território israelense na última terça-feira (1°), quando pelo menos 200 desses artefatos foram direcionados ao Estado judeu como resposta de Teerão às tensões geradas pelo inimigo por todo o Oriente Médio, e como retaliação pelos assassinatos de Sayyed Hassan Nasrallah, líder máximo do Hezbollah, e Ismail Haniyeh, presidente do braço político do Hamas, o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se apressou em desqualificar a ofensiva da nação persa, num primeiro momento dizendo que seu sistema de defesa antiaérea Iron Dome tinha interceptado praticamente todos os mísseis.
No dia seguinte, diante dos inúmeros vídeos mostrando as poderosas bombas iranianas atingindo o solo, Telavive resolveu admitir que “alguns” explosivos tinham realmente furado o sistema de proteção, mas que eles “teriam caído em locais ermos e desabitados”. Precisou que o regime do aiatolá Ali Khamenei viesse a público e esclarecesse que eles não miraram em cidades e zonas habitadas para não causarem mortes de civis, diferentemente do que Israel faz em Gaza, no Líbano, na Síria, no Iraque e no Iêmen. Os alvos teriam sido sobretudo instalações militares israelenses.
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Agora, nesta quinta-feira (3), uma imagem divulgada pela empresa norte-americana de satélites Planet Labs revelou uma grande destruição na base aérea de Nevatim, no Sul de Israel. A base é uma das mais importantes, se não a mais importante do país, visto que lá ficam estacionados inúmeros caças supersônicos furtivos F-35 Lightning II, fabricado nos EUA, talvez o mais moderno e sofisticado avião militar de ataque do mundo.
Na fotografia espacial mostrada pela Planet Labs é possível ver que o hangar da base, justamente o local que abriga os F-35, foi bastante destruído pela explosão do míssil balístico iraniano, o que faz supor que uma parte das aeronaves tenha sido danificada. Fontes ouvidas pela imprensa árabe e também de Israel afirmam que, de fato, uma parte dos caças teria sido atingida, mas o governo de Netanyahu e o comando das IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla em inglês) negam.
O fato de Telavive não reconhecer a destruição de parte de seus poderosos caças não significa que o fato não tenha ocorrido. Para se ter uma ideia, jornais de lá, como o Haaretz, o Times of Israel e o Jerusalem Post, além das redes de televisão, só podem publicar ou veicular reportagens sobre danos à infraestrutura militar ou informações relacionadas ao universo da Defesa com autorização do governo, ao que chamam com naturalidade de “autorização da censura militar”.
A própria imprensa de Israel, assim como portais de outros países, já confirmou que mais bases, além de Nevatim, foram atingidas e sofreram destruição, sem que mais detalhes fossem reportados.
Outro fato que parece ser ponto pacífico, uma vez que está amplamente publicado e confirmado por veículos de imprensa da Europa, é que o quartel-general do Mossad, a temida agência de inteligência e espionagem de Israel, que fica nos arredores de Telavive, teria sido atingido. Uma cratera quase em frente ao órgão de arapongagem já havia sido mostrada nas redes sociais e até mesmo em perfis israelenses. O que não se sabe, no entanto, é a extensão dos danos.
Para ver a foto com a imagem de destruição na base aérea de Nevatim, acesse os links abaixo, que são do portal israelense Times of Israel e do jornal britânico The Daily Telegraph. A imagem não será publicada diretamente em nosso portal por depender de autorização das agências Associated Press (AP) e Reuters.