De LISBOA | Inúmeros vídeos que circulam nas redes sociais, e que são sistematicamente ignorados pela imprensa israelense e por veículos de comunicação da mídia tradicional estrangeira, mostram diferentes locais impactados por mísseis iranianos em território de Israel. O discurso oficial é o de que o Iron Dome, o sofisticado sistema de defesa antiaérea do Estado judeu, teria interceptado praticamente todos os artefatos explosivos (estimados entre 120 e 400) que foram lançados contra o país no início da noite desta terça-feira (1°). Os pontos atingidos são bem próximos a zonas habitadas.
Nos bastidores do poder e reportado por algumas agências internacionais, a realidade seria outra. A maior parte dos mísseis balísticos que partiram do Irã atingiu o solo israelense, mas o regime de Teerã, da mesma forma que fez há quase seis meses, no ataque de 13 de abril deste ano, mirou em zonas descampadas, embora próximas de cidades e rodovias, para não fazer vítimas e dar um recado direto para o governo do primeiro-ministro de extrema direita Benjamin Netanyahu: “nossos mísseis atingem qualquer ponto do território de Israel e a maior parte deles ‘fura’ a moderna proteção do Iron Dome”.
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O que reforça essa leitura foi a confirmação de que a nação persa, como fez em abril, avisou os EUA e o próprio alvo dos ataques de que faria o bombardeio, desta vez com bem menos tempo de antecedência. Na outra oportunidade, como havia revelado muitas horas antes, uma parte dos mísseis balísticos foi interceptada por caças supersônicos norte-americanos, britânicos e franceses estacionados em porta-aviões ou bases de outros países no Mediterrâneo Oriental, como o Chipre e a Turquia.
No caso do ataque de hoje, a leitura feita por especialistas no conflito é de que o regime do aiatolá Ali Khamenei quer deixar muito claro para Netanyahu e Biden que no caso de um ataque ainda maior, sem avisos e mirando grandes cidades, uma catástrofe sobrevirá para Israel, com dezenas ou centenas de milhares de mortos.
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Veja os vídeos com os mísseis atingindo o solo israelense:
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