De LISBOA (com participação de Ivan Longo, De BERLIM) | Uma ação militar realizada no Sul do Líbano pelas IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla em inglês), iniciada na quarta-feira (2) e continuada nesta quinta (3), está sendo amplamente condenada e criticada pela opinião pública mundial e por lideranças que exigem um cessar-fogo imediato na região. A crueldade da manobra é inexplicável e tornou-se alvo de uma avalanche ainda maior de condenações de várias partes do mundo.
Nos últimos dias, o governo de Telavive determinou a evacuação de 51 vilas e cidades, incluindo comunidades cristãs e drusas, na porção mais meridional do território libanês, ao longo de 120 quilômetros da fronteira com Israel, advertindo para que civis saíssem de lá pois bombardeios intensos iriam começar, sempre com o pretexto de mirar no grupo Hezbollah. Milhares de pessoas desesperadas, então, deixaram tudo para trás e tomaram a rota de fuga orientada pelos invasores do Estado judeu, por uma estrada da região, mas quando o caminho de saída estava em pleno uso, os caças supersônicos israelenses passaram a disparar mísseis contra ele.
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Segundo o correspondente naquela zona Imran Khan, da rede de televisão catari Al Jazeera, o primeiro ataque foi ainda na madrugada. Hoje, pela manhã, quando engenheiros do exército libanês faziam reparos improvisados na rodovia, para que a fuga dos civis continuasse, mais dois bombardeiros foram realizados contra a rota, sendo que no último um militar engenheiro ficou gravemente ferido.
Centro de Beirute bombardeado pela primeira vez
Pela primeira vez em 18 anos, forças militares do Estado de Israel realizaram bombardeios no centro de Beirute, capital do Líbano, na madrugada desta quinta-feira (3). O ataque matou ao menos seis pessoas e deixou dezenas de feridos.
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Até então, Israel vinha limitando seus ataques aos subúrbios da capital libanesa, sem atingir a região central, que é amplamente movimentada.
O bombardeio atingiu uma área próxima ao gabinete do primeiro-ministro libanês, Najib Mikati. Segundo Imran Khan, correspondente da rede Al Jazeera no país, esse fato pode arrastar o governo do Líbano para o conflito contra Israel, que até então permanecia "limitado" ao confronto entre as forças israelenses e o grupo Hezbollah.
"Este não foi um ataque aéreo aos subúrbios ao sul de Beirute. Foi em Bashoura, a apenas um quilômetro do gabinete do primeiro-ministro. É um bairro de classe média que foi duramente atingido (...). Este é o segundo ataque fora dos subúrbios do sul. O ataque é preocupante, pois agora não há mais lugares seguros", afirmou o jornalista da Al Jazeera.
"Israel afirma que está atacando o Hezbollah. Mas agora está atingindo áreas próximas ao gabinete do primeiro-ministro, o que é muito preocupante para o Líbano, pois o conflito não está mais confinado a Israel e Hezbollah. Se Israel continuar atacando e se aproximar do governo libanês ou de sua infraestrutura civil ou militar, isso arrastará o Líbano para o conflito", continuou Imran Khan.
A coordenadora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) no Líbano, Jeanine Hennis-Plasschaert, declarou nas redes sociais que "a ansiedade e o medo são onipresentes" em Beirute após mais uma noite de ataques israelenses no coração da capital. Segundo Hennis-Plasschaert, Israel realizou os bombardeios sem qualquer aviso, dificultando o deslocamento seguro de civis.
"Mais uma noite sem dormir em Beirute. Contando as explosões que abalam a cidade. Nenhuma sirene de alerta. Sem saber o que vem a seguir. Apenas a incerteza que nos espera", declarou.
Além dos ataques no centro de Beirute, as forças israelenses bombardearam um edifício na cidade de Bint Jbeil, no sul do Líbano, matando 15 pessoas na madrugada desta quinta-feira.
Em duas semanas de ataques ao território libanês, as forças militares de Israel, sob as ordens do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, já mataram mais de mil pessoas e feriram milhares.