Em 1945, durante os últimos esforços da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos coordenaram dois ataques nucleares às cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. As cidades eram pontos estratégicos: Hiroshima era uma cidade militar e um centro industrial; Nagasaki, na costa noroeste do Japão, é um porto geográfico natural.
Estima-se que lançamento e queda das bombas levaram em torno de 44,4 segundos, enquanto soavam alarmes de alerta e os sinais de rádio eram suspensos nas cidades. A explosão foi detonada sobre um hospital e causou incêndios prolongados em uma área de 11 quilômetros quadrados em Hiroshima.
Te podría interesar
Cerca de 30% da população foi morta pela explosão e os incêndios, e 70 mil ficaram feridos e sofreram com os efeitos da radiação, que se espalhou por anos na região.
Em 2024, o Prêmio Nobel da Paz, que contou com 285 candidatos, entre personalidades e organizações, foi concedido a um grupo de sobreviventes desse ocorrido histórico, cujo trabalho consiste em conscientizar as populações sobre os perigos do uso de tecnologia nuclear em conflitos armados.
Te podría interesar
Nihon Hidankyo é uma organização japonesa formada pelos hibakusha, como são chamados os sobreviventes das duas bombas atômicas lançadas sobre as cidades japonesas, que se distribuem entre grupos de 47 prefeituras de todo o Japão. A organização e seus membros foram premiados por seus esforços continuados na luta anti nuclear.
Para Toshiyuki Mimaki, diretor do grupo, armas nucleares (que não são usadas em conflitos há 80 anos) deveriam continuar a ser um tabu e abolidas permanentemente, e os Estados que financiaram essa espécie de esforços de guerra devem ser responsabilizados e compensar territórios afetados.
O Prêmio informou que a escolha dos hibakusha para receber o Nobel foi feita em vista dos conflitos internacionais em curso (e de ameaças frequentes de retomada da tecnologia nuclear por potências neles envolvidas), como as investidas de Israel aos territórios palestinos e o conflito entre Rússia e Ucrânia.
Outros concorrentes ao Prêmio, de acordo com veículos internacionais, eram a agência das Nações Unidas para refugiados palestinos, UNRWA, e a Corte Internacional de Justiça (CIJ).
De acordo com a UNRWA, em fevereiro deste ano oficiais do Estado de Israel detiveram e torturaram funcionários da organização para coagi-los a confessar envolvimento no ataque de 7 de outubro. Por isso, sua escolha para o Prêmio teria gerado controvérsias no meio internacional.