A bomba
não destruirá a vida
O homem
(tenho esperança) liquidará a bomba
Carlos Drummond de Andrade
Há exatos 75 anos, no dia 6 de agosto de 1945, uma bomba atômica lançada pelos EUA na cidade japonesa de Hiroshima matou quase 140 mil pessoas. Três dias depois, os americanos lançam outra bomba sobre Nagasaki que deixou 74 mil mortos.
As duas bombas juntas, a primeira batizada graciosamente de “Little Boy” e a segunda de “Fat Man”, mataram instantaneamente algo em torno de 215 mil pessoas.
Com o passar dos dias e meses, no entanto, acredita-se que outras milhares de pessoas tenham morrido em consequência das bombas, em dados controversos e imprecisos.
Foi a primeira e única vez em que uma bomba nuclear foi lançada em guerra sobre alvos civis.
Sobreviventes da bomba atômica, descendentes das vítimas, o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe e alguns representantes estrangeiros acompanharam, nesta quinta-feira (6) a principal cerimônia em Hiroshima (oeste do Japão) em homenagem às vítimas.
A cerimônia não foi aberta à população por conta da pandemia do Coronavírus, que já deixou mais de 700 mil mortes em todo o mundo.
A tradicional cerimônia das lanternas flutuantes de Hiroshima, que a cada 6 de agosto são colocadas na água durante a noite em memória das vítimas, também teve que ser cancelada.
Uma oração silenciosa para marcar o momento em que a bomba atômica explodiu no céu de Hiroshima há 75 anos foi realizada às 8h15 (20h15 de quarta-feira pelo horário de Brasília).
A devastação provocada pelas duas bombas levou o imperador Hirohito a anunciar, em 15 de agosto de 1945, a rendição aos Aliados, fato este que marcou o fim da Segunda Guerra Mundial.
Até hoje, no entanto, historiadores e cientistas políticos não conseguem chegar a um acordo se os ataques salvaram vidas, abreviando a guerra, ou se foram, de fato crimes de guerra.
Estima-se que algo entre 75 e 80 milhões de pessoas morreram durante a Segunda Guerra Mundial.
O governo americano nunca pediu desculpas oficialmente ao Japão. Em 2016, Barack Obama se tornou o primeiro presidente americano em exercício a visitar Hiroshima, onde prestou homenagem às vítimas e pediu um mundo sem armas nucleares.
O Papa Francisco também visitou Hiroshima e Nagasaki, em 2019, para expressar sua oposição às armas atômicas, que chamou de "crime", e criticar a doutrina da dissuasão nuclear, uma "falsa segurança" - segundo o pontífice - que envenena as relações entre os povos.
Com informações do G1