CONTROVÉRSIA

Saudação fascista nem sempre é crime, diz líder do governo da Itália

Oposição pede que primeira-ministra aja contra manifestantes

Fascismo vivo.A chamada "saudação romana" foi feita em homenagem aos três militantes de extrema-direita mortos depois de confronto com comunistasCréditos: Reprodução de vídeo
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Um dos homens fortes da coalizão governista da Itália, o líder do Senado Ignazio La Russa, disse que o uso da saudação fascista (chamada de "romana" no país) nem sempre pode ser considerado um crime.

Foi uma reação à controvérsia causada pelas imagens de militantes fazendo seguidamente a saudação popularizada na ditadura de Benito Mussolini.

Mussolini integrou a Itália ao Eixo liderado pela Alemanha de Hitler durante a Segunda Guerra Mundial.

Com a derrota da Itália na guerra, Mussolini foi assassinado e a nova Constituição da República baniu a propaganda do fascismo.

No domingo, durante o memorial de três ativistas mortos em consequência de confronto com comunistas, em 1978, no beco Acca Larentia, em Roma, centenas de homens fizeram a saudação fascista.

São militantes do Movimento Social Italiano, que reorganizou a direita italiana depois da Segunda Guerra Mundial, em 1946, e foi formalmente dissolvido como partido em 1995.

FASCISMO NATURALIZADO

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, uma estrela da extrema-direita mundial, está sendo pressionada pela oposição a punir os participantes da manifestação.

A própria Meloni começou sua militância política na ala jovem do MSI.

Ela e o líder do Senado, Ignazio La Russa, foram fundadores do partido Irmãos da Itália, que os levou ao poder numa coalizão de direita, em 2022, com 44% dos votos.

La Russa é uma figura controversa. Mantém em sua casa uma estátua de Benito Mussolini, que diz ter herdado do pai. O pai de La Russa ocupou um cargo importante no partido de Benito Mussolini, o do Nacional Fascismo.

De acordo com La Russa, as leis que punem a apologia ao fascismo na Itália são controversas. O líder do Senado disse que espera por uma decisão da Suprema Corte que tratará do assunto.

O senador afirmou que seu partido não teve participação no evento de domingo.

No passado, a primeira-ministra Meloni elogiou o papel que o MSI teve na política da Itália no pós-guerra.

Pessoalmente, ela se afastou do antissemitismo -- uma das plataformas do movimento.

Até hoje os Irmãos da Itália mantém em seu símbolo a chama tricolor, marca do MSI.