JAVIER MILEI

Elon Musk puxa saco de Milei por fala bizarra em Davos e ganha afagos de volta

Argentino já disse que quer privatizar o lítio e entregar a riqueza nas mãos do bilionário

Elon Musk e Javier Milei são o sonho molhado da direita adolescente que se esquece que o bilionário fez sua fortuna com benefícios fiscais e investimento estatal dos EUACréditos: Reprodução/Twitter
Escrito en GLOBAL el

Durante sua estadia no Fórum Econômico Mundial em Davos, o presidente argentino Javier Milei fez uma fala histórica: ele repetiu a cartilha liberal afirmando que o ''mercado" era a maior solução para a crise econômica e adotou a narrativa conspiracionista que o Fórum Econômico Mundial, que organiza o evento, é, na verdade, uma instituição socialista.

"Estou aqui hoje para dizer a vocês que o Ocidente está em perigo. Infelizmente, nas últimas décadas, levados por uma ideia de querer ajudar o próximo ou pelo desejo de pertencer a uma casta privilegiada, os principais líderes do mundo ocidental abandonaram o modelo da liberdade para abraçar diversas versões do coletivismo", disse.

"“O Ocidente está em perigo porque aqueles que devem defender os valores ocidentais se encontram cooptados por uma visão de mundo que inexoravelmente conduz ao socialismo e, em consequência, à pobreza", completou.

Através do Twitter, o bilionário Elon Musk afirmou que o discurso de Milei de 20 minutos foi uma "boa explicação sobre o que torna os países mais ou menos prósperos".

O elogio de Milei a Musk não é eventual. Ambos já se telefonaram e, de acordo com o presidente argentino, a Tesla - empresa de carros elétricos de Musk - tem preferência na venda do Lítio argentino. 

O país possui a segunda maior reserva mundial do metal estratégico, em especial na região do Chaco e nas fronteiras com a Bolívia. Ainda em dezembro do ano passado, Milei já informou seu desejo de cedê-la.

“Recebi um telefonema de Elon Musk. Ele está muito interessado no lítio, assim como o governo dos Estados Unidos e muitas empresas norte-americanas”, disse o presidente argentino em entrevista em 25 de dezembro. “Mas eles precisam de um marco jurídico que respeite os direitos de propriedade”, acrescentou.