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"Doença X": líderes mundiais debatem pandemia pior que a de covid-19

Em Davos, OMS se prepara e convoca lideranças para tomar medidas

Imagem microscópica do vírus da covid-19 atacando células humanasCréditos: The National Institute of Allergy and Infectious Diseases
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O diretor-executivo da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom, esteve presente no Fórum Econômico Mundial de Davos para  conversar com lideranças globais sobre a chamada "doença X".

A ministra da Saúde do Brasil Nisia Trindade também participou do debate "Se preparando para a doença X" nesta quinta-feira (16).

O termo é utilizado desde a década passada pela Organização Mundial da Saúde para descrever uma grande pandemia, que chegaria a matar 3 vezes mais do que a de covid-19.

A doença X foi criada para abordar a possibilidade de surgir uma nova enfermidade que ainda não existe, mas cuja ameaça iminente e inevitabilidade garante um lugar na lista das "doenças mais perigosas" do mundo.

Existem diversas candidatas para ser a doença X, segundo a organização, mas é impossível ter certeza. Entre os possíveis patógenos que podem causar a doença X estão a covid-19, a febre hemorrágica da Crimeia-Congo, o ebola, a febre de Lassa, o Mers e o Sars, o vírus Nipah e até o Zika vírus.

O foco do combate à doença X em Davos não deve atiçar os teóricos da conspiração, mas mostrar um problema caro que ocorreu na pandemia de covid-19: a falta de coordenação entre países, agentes econômicos e órgãos internacionais.

A péssima distribuição de vacinas da covid - que ficaram concentradas nos países mais ricos e desenvolvidos - foi uma desastrosa consequência desta falta de ordem entre os países do mundo.

Discutir a Epidemia X é justamente entender com que recursos podemos combater uma doença de potencial pandêmico alto sem necessariamente aprofundar desigualdades, como ocorreu com a covid.

“A coordenação da resposta de saúde pública não é uma conspiração, é simplesmente um planeamento responsável”, disse Stuart Ray, vice-presidente de medicina para integridade e análise de dados no Departamento de Medicina da Johns Hopkins ao site estadunidense Fortune.