CRISE GLOBAL

Desinformação está entre os maiores riscos globais, aponta estudo

Crise climática também aparece como um dos principais motivos de uma crise global nos próximos dois anos

Desinformação e crise climático são os principais riscos nos próximos dois anos.
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A desinformação, principalmente àquela associada à Inteligência Artificial (IA), está entre os maiores riscos globais para os anos seguintes, de acordo com estudo do Fórum Econômico Mundial (WEF), realizado com especialistas de riscos e divulgado nesta quarta-feira (10).

A pesquisa também mostra que o calor extremo está entre os principais motivos que podem desencadear uma crise global nos próximos dois anos, ocupando o primeiro lugar do ranking. Logo depois, vem a desinformação.

Isso poderá representar uma ameaça particular em 2024, considerado como o maior ano eleitoral da história, quando as principais economias do mundo, dos Estados Unidos à Índia e ao México vão realizar eleições

“O uso generalizado de informação imprecisa e desinformação, e de ferramentas para divulgá-la, pode minar a legitimidade dos governos recém-eleitos”, alerta o relatório. “A agitação resultante pode variar desde protestos violentos e crimes de ódio até confrontos civis e terrorismo”, acrescenta.

Para além das eleições, é provável que as percepções da realidade também se tornem mais polarizadas, infiltrando-se no discurso público sobre questões que vão desde a saúde pública à justiça social. Contudo, à medida que a verdade for minada, o risco de propaganda e censura doméstica também aumentará.

O estudo ainda reforça que apesar da crise climática ter sido considerada a maior ameaça este ano, a desinformação e a misinformação (informação errada nem sempre intecional) também ocupam as principais preocupações. Para dois terços dos especialistas, a previsão é que surja uma ordem mundial multipolar ou fragmentada na próxima década, em decorrência da desinformação, "na qual as médias e grandes potências contestem, estabeleçam e apliquem regras e normas regionais [sobre IA]", diz o texto.

Borge Brende, presidente do WEF, afirmou em uma conferência de imprensa realizada nesta terça-feira (9), que a a 54ª reunião anual da organização ocorreria no contexto geopolítico mais complicado até à data, que vai desde guerras em Gaza e na Ucrânia ao aumento da dívida e do custo de vida.

Para o chefe de risco de sustentabilidade do Zurich Insurance Group, John Scott, a perspectiva pessimista da pesquisa foi provavelmente desencadeada pelo contexto histórico e político dos últimos quatro anos, considerando a pandemia de Covid-19 e os bloqueios da Rússia com a invasão na Ucrânia. invasão. “Tem sido um golpe atrás do outro nas cadeias de abastecimento globais”, disse a diretora comercial para a Europa da Marsh McLennan, Carolina Klint.

*Com informações da Reuters