O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu início, nesta segunda-feira (18), às reuniões bilaterais no âmbito da 78ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (EUA).
Na noite de domingo (17), logo após desembarcar em solo norte-americano, Lula participou de um jantar com empresários oferecido pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes.
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Ao longo da maior parte desta segunda-feira, o presidente trabalhou no texto do discurso que fará na manhã de terça-feira (19), durante a abertura da Assembleia Geral da ONU. Entre a parte da manhã e início da tarde, entretanto, Lula cumpriu duas agendas importantes: teve encontros com o presidente da Confederação Suíça, Alain Berset, e com o ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown.
Alain Berset
Durante cerca de 40 minutos, Lula e Alain Berset, presidente da Confederação Suíça, falaram de temas como o acordo comercial entre Mercosul e EFTA (a zona de livre comércio de países europeus que não estão na União Europeia, formado por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein) e a presidência do Brasil no G20.
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Segundo o Itamaraty, o mandatário suíço disse a Lula que viu "com bons olhos" as mudanças nas políticas brasileiras relacionadas ao meio ambiente. O presidente brasileiro, por sua vez, colocou as mudanças climáticas com um dos tópicos da conversa e discutiu com o líder europeu a necessidade de medidas para frear o avanço do aquecimento global, citando como exemplo de efeitos dessas mudanças as tragédias recentes registradas no Rio Grande do Sul e na Líbia.
Outro tópico do encontro entre Lula e Berset foram as parcerias que Brasil e Suíça possuem nas áreas de ciência, tecnologia e inovação. Em 2022, o comércio bilateral entre os dois países movimentou US$ 3,6 bilhões.
"Surpresa"
Um ponto da conversa de Lula com Alain Berset que chamou atenção foi quando o mandatário suíço revelou ao presidente brasileiro que já morou em Olinda, no estado de Pernambuco.
A informação, inclusive, foi compartilhada por Lula através das redes sociais.
"Hoje tive um encontro com o Presidente da Confederação Suíça, Alain Berset. Conversamos sobre o avanço das relações comerciais do Mercosul com a Suíça e sobre a cooperação entre os nossos países, em especial nesse momento em que o Brasil presidente o G20. E ainda descobri que Alain Berset já morou em Olinda!", escreveu o presidente.
Gordon Brown
Além da reunião bilateral, Lula teve um encontro em Nova York com o ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, líder do Partido Trabalhista britânico e que comandou o país europeu entre 2007 e 2010.
"Tive o prazer de reencontrar com meu amigo, o ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown. Conversamos sobre a situação política na Europa, na América Latina e sobre a conjuntura mundial. Brown foi, durante o governo, e segue sendo um grande amigo e defensor do Brasil no mundo", escreveu Lula ao divulgar uma foto da reunião através das redes sociais.
Gordon Brown, por sua vez, retribuiu o gesto de Lula, compartilhando a publicação sobre o encontro entre ambos.
"É um prazer encontrar-me com meu amigo Lula, que me disse que fará do G20, ao qual agora preside, o catalisador da ação contra a fome, a desigualdade e as mudanças climáticas", declarou o britânico.
78ª Assembleia Geral da ONU: o que é
A Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) é um dos principais órgãos da ONU e é considerada o "parlamento mundial" da organização. Ela é composta por representantes de todos os Estados-membros das Nações Unidas e desempenha um papel fundamental na formulação de políticas e tomada de decisões sobre uma ampla gama de questões de importância global.
O tema do encontro deste ano é "Reconstruindo a confiança e reacendendo a solidariedade global: acelerando a ação na Agenda 2030 e seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) rumo à paz, prosperidade, progresso e sustentabilidade para todas as pessoas".
Assembleia Geral da ONU 2023: países membros
A Assembleia Geral da ONU de 2023 inclui praticamente todos os países do mundo como membros, com exceção daqueles que possuem pouco ou nenhum reconhecimento internacional. Por isso, o encontro é crucial para a definição de políticas globais, acordos bilaterais e multilaterais.
Além disso, há países observadores que não possuem direito a voto na Assembleia, como o Vaticano e a Palestina. Outros países com limitado reconhecimento internacional que não fazem parte das Nações Unidas incluem Taiwan (República da China), que já foi membro da organização, além de Saara Ocidental, Kosovo, Ossétia do Sul, Abecásia e Chipre do Norte.