Neste dia 20, mais de 3 milhões de guatemaltecos foram às urnas para o segundo turno das eleições presidenciais que elegeram Bernardo Arévalo para presidente. Com mais de 58% dos votos, o social-democrata teve vitória com margem expressiva contra Sandra Nuñez, do UNE.
Arévalo chegou a ter sua candidatura proibida pela Suprema Corte da Guatemala em uma ação que questionava a legalidade do seu partido, o Movimiento Semilla. Contudo, após uma batalha jurídica e pressões da comunidade internacional, Arévalo - que não era sequer cotado para o segundo turno - venceu as eleições em uma plataforma progressista e de esquerda.
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Quem é Bernardo Arévalo?
Bernardo Arévalo é um diplomata, sociólogo e escritor guatemalteco, eleito presidente da Guatemala nas Eleições de 2023. Ele é filho de Juan José Arévalo, que foi presidente do país entre 1945 e 1951. Ele foi o primeiro presidente democraticamente eleito do país, sob uma plataforma reformista de esquerda e popular.
Durante seu mandato, ele sofreu mais de 25 tentativas de golpe de estado. Seu partido derrubado do poder em 1954 após uma conspiração militar contra seu governo apoiada pela CIA, em uma ação contra o sucessor de Arévalo, Jacobo Árbenz.
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Juan José Arévalo viveu no exílio até os anos 1970 e faleceu em 1990. Mas seu filho, Bernardo Arévalo, manteve seu legado político e se torna o terceiro presidente de esquerda da história do país, mais de 73 anos depois do golpe de estado contra o grupo de seu pai.
Seu movimento, o Semilla, tem como principais propostas reformas econômicas de esquerda, a defesa de um amplo sistema de ensino, além de criar uma sistema de saúde pública na Guatemala, bem como melhores relações com a China.
Arévalo já se posicionou contra os governos de Nicolás Maduro e Daniel Ortega, e também é a favor de um distanciamento da Rússia por conta da invasão a Ucrânia. Além disso, ele quer cassar a licença da Companhia Guatemalteca do Níquel, uma empresa de exploração mineral no país que é parcialmente de propriedade russa.
Ele terá como principal desafio ter uma boa relação com o Congresso, ainda dominado pelo Vamos, partido do ex-presidente Alejandro Gianmattei, e pelo UNE, de sua adversária, Sandra Núñez.
Arévalo também deseja amplificar uma plataforma anti-corrupção. Gianmattei ficou conhecido por reduzir a ação de procuradores e juízes que investigaram casos de corrupção no seu governo, aumentou as penas para o aborto e apoiava uma agenda anti-casamento LGBTQIA+, além de ser acusado de ser uma ameaça para a liberdade de imprensa no país.