Emmanuel Macron, presidente da França, criticou nesta sexta-feira (28) o golpe de Estado no Niger, que ocorreu na última quarta-feira, quando um grupo de militares de baixa patente prendeu o presidente Mohamed Bazoun e instalou um governo militar no poder do país.
O presidente francês foi o primeiro chefe de estado europeu a comentar o tema, afirmando que Paris apoiará os grupos regionais em sua decisão de impor sanções contra o novo governo.
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"Esse golpe de Estado é completamente ilegítimo e profundamente perigoso para os nigerinos, para o Níger e para toda a região", disse Macron em visita a Papua Nova-Guiné.
Niger se somou a Mali, Guiné, Burkina Faso e Chade como mais um dos países que foram posses coloniais francesas e entraram em um regime militar anti-França e pró-Rússia nos últimos 3 anos.
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Um dos principais interesses da França no Níger está nas reservas de urânio do país, que é o sexto maior produtor do minério no mundo e a principal ex-colônia francesa exportadora da substância.
A França foi um dos países menos afetados pela crise energética de 2022 porque possui um intrincado sistema energético altamente dependente da energia nuclear e o combustível deste funcionamento vem do solo nigerino.
Uma ditadura militar anti-colonial que escolha exportar este urânio para outros países no globo pode representar uma ameaça verdadeira para o sistema elétrico francês e para as contas públicas do país europeu.
E a França sabe muito bem disso. "Como vocês sabem, o urânio faz parte da equação, então estamos acompanhando de perto o que está acontecendo", afirmou o deputado francês Sylvain Mallard, que compõe a base do governo Macron na Assembleia Nacional.