ENIGMA

Cientistas desvendam o mistério das erupções que “cospem” diamantes

Geólogo inglês descobriu a origem da formação e o motivo pelo qual as pedras são expelidas

Última erupção com diamantes aconteceu há 11 mil anos.Créditos: Reprodução/Clive Kim
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Erupções vulcânicas são uns dos fenômenos naturais mais impressionantes da natureza. Belos e violentos, alguns aspectos sobre eles permanecem um mistério até hoje. Contudo, uma recente descoberta colocou fim a um enigmático tipo de erupção que intrigava pesquisadores havia anos. 

O que faz diamantes serem expelidos pela Terra e se espalharem na superfície durante erupções vulcânicas? A pergunta permanecia sem resposta até muito recentemente. Contudo, um estudo científico, publicado na revista Nature, encontrou a resposta para o mistério. 

Uma pesquisa liderada pelo professor Tom Gernon, um geólogo da Universidade de Southampton, no Reino Unido, revelou que existe um ponto específico no interior dos continentes onde rochas com diamantes se formam. São grandes e lentas porções da crosta terrestre que ficam no subsolo. 

Essa descoberta, porém, explica o surgimento das rochas com cristais, conhecidas como kimberlitos, mas não explica por que eles são projetados para cima das profundezas após passarem bilhões de anos enterrados. Foi necessário olhar dados históricos sobre as placas continentais e sobre os kimberlitos.

A conclusão foi que as erupções ricas em diamantes começam no processo de separação das placas continentais. Elas se esticam, o que ocasiona o afinamento da rocha e perturbação do fluxo regular de materiais no manto terrestre, que fica abaixo das placas.

Tal movimentação quebra pedaços de rocha da base da placa continental. A grande pressão sobre essas rochas cria depósitos de carbono que se transformam em diamantes. O processo leva centenas de milhões de anos. 

As erupções com kimberlitos eram comuns entre 66 milhões e 146 milhões de anos atrás, no período Cretáceo. A última erupção desse tipo foi 11 mil anos atrás, nas colinas de Igwisi, na Tanzânia.

“Conhecemos os eventos necessários para desencadear esse efeito dominó, e, conectando os pontos, podemos direcionar nossos esforços para as áreas que oferecem mais promessas de encontrar diamantes em primeiro lugar”, afirmou o Gernon, que trata a descoberta como um achado importante para as técnicas de exploração dos kimberlitos. 

*Com informações da CNN