UM AVISO

Extrema direita e direita vencem eleição para o Conselho Constituinte no Chile

O Unidad para Chile, coalizão de esquerda do presidente chileno, Gabriel Boric, ficou em segundo lugar, com pouco mais de 28%

Gabriel Boric vota no Chile.Créditos: Governo do Chile
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Com mais de 95% dos votos apurados, os partidos de extrema direita venceram neste domingo (7), a eleição para o Conselho Constituinte do Chile. O conselho eleito contará com 50 pessoas e será responsável por redigir a nova Constituição chilena.

O Partido Republicano, considerado de extrema-direita e liderado pelo ex-candidato presidencial conservador José Antonio Kast, ficou na liderança, com 35,5% dos votos, mais de dois quintos das cadeiras disponíveis.

Somados aos votos conquistados pelo Chile Seguro – coalização da direita tradicional, que conseguiu 21,1% dos votos – os partidos de direita conseguiram o controle sobre a discussão do novo regimento.

O Unidad para Chile, coalizão de esquerda do presidente chileno, Gabriel Boric, ficou em segundo lugar, com pouco mais de 28%. Os demais votos foram para partidos centristas.

Três quintos

Para serem aprovados, os artigos precisarão de uma maioria de três quintos do Conselho. Os conselheiros eleitos começarão a redigir o novo texto em junho, com base em um projeto compilado por 24 especialistas constitucionais nomeados pelo Congresso em março. Os eleitores aprovarão ou rejeitarão a nova proposta ainda neste ano, em dezembro.

Quase 80% dos chilenos votaram para redigir uma nova constituição em 2020, após violentos protestos contra a desigualdade. A eleição do Conselho é o primeiro passo de um esforço de anos para mudar o texto, que ainda era da época da ditadura sangrenta de Augusto Pinochet.

A primeira Constituição que foi reescrita foi redigida por conselheiros amplamente independentes e de esquerda e se concentrou em benefícios sociais, direitos ambientais, paridade de gênero e direitos indígenas.

Foi considerada uma das constituições mais progressistas do mundo.

Boric, que assumiu o cargo em março, chegou ao poder em uma onda de otimismo em torno da reforma.

Seus índices de aprovação, no entanto, despencaram, em meio às dificuldades enfrentadas pela economia chilena e com o aumento da criminalidade se tornando as principais preocupações dos eleitores.

Com informações do g1