O presidente do Chile, Gabriel Boric, em entrevista a uma das mais influentes revistas do mundo, a norte-americana Time, disse que “a América Latina terá que reagir em conjunto para impedir” um possível golpe de Estado no Brasil perpetrado por Jair Bolsonaro, caso o mandatário brasileiro saia derrotado nas urnas e tente uma virada de mesa.
“Se houver uma tentativa tal como aconteceu, por exemplo, na Bolívia, onde se denunciou uma fraude que não existia e se terminou validando um golpe de Estado, a América Latina terá de reagir em conjunto para colaborar para impedi-lo”, disparou o governante chileno, lembrando da ruptura institucional de 2019 ocorrida após um novo mandato de Evo Morales, quando as Forças Armadas bolivianas e setores da elite levaram a cabo um golpe no país andino, que já retomou seu curso democrático.
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Boric ressaltou que, ainda que tentado, um golpe encontraria resistência na própria sociedade civil brasileira, que segundo ele “enviou um poderoso sinal” com as mais de um milhão de assinaturas firmadas em documentos em defesa da democracia.
Fake news de Bolsonaro no debate da Band
O governo do Chile convocou na última segunda-feira (29) o embaixador brasileiro em Santiago, Paulo Roberto Soares, para consultas, com o objetivo de que ele explique uma declaração mentirosa e fantasiosa de Jair Bolsonaro (PL) sobre o presidente chileno, Gabriel Boric.
Em determinado momento do debate da Bandeirantes/UOL/TV Cultura, realizado na noite deste domingo (28), Bolsonaro, ao criticar o viés ideológico do PT e de Lula, desferiu uma série de críticas a todos os presidentes de esquerda na América latina, entre eles, Gabriel Boric. O presidente brasileiro afirmou que “antes de se tornar presidente, Boric colocava fogo em metrô”, uma invencionice sem qualquer sentido disparada pelo radical de extrema-direita brasileiro que procurou vincular vandalismo e desordem ao governo chileno de esquerda e, por consequência, a Lula.
Mesmo diante da crise diplomática, o presidente brasileiro reiterou a história falsa na terça-feira (30), afirmando que "se exagerou, ou não, não deixou de falar a verdade".