A câmera filma de cima, captura a imagem de um apartamento em Milão, na Itália, de uma 'confusão' que ocorre na calçada logo em frente e chama a atenção do morador. Com um constante barulho de sirene de ambulância que vazou no áudio, as imagens mostram 4 policiais, três homens e uma mulher, realizando o espancamento brutal da vítima, já ferida e rendida, utilizando inclusive cassetetes, armas de choque e gás lacrimogênio. Mais tarde, foi descoberto que a vítima era uma brasileira trans.
O vídeo, publicado pela testemunha, viralizou nas redes sociais italianas e brasileiras nesta quinta-feira (25) por conta da revolta que a violência policial causa no espectador. Nesta mesma data a Justiça italiana anunciou que irá investigar as imagens.
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Mas a violência não foi apenas física. A própria acusação sobre a brasileira, que motivou a agressão policial, está carregada de transfobia. De acordo com a polícia de Milão, pais de crianças que vivem na região ligaram para a delegacia e afirmaram que a brasileira estaria “se exibindo e insinuando” nas ruas próximas a uma escola. Ela nega.
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Conhecida como Bruna, a vítima é natural de Fortaleza, capital do Ceará, e mora na cidade a quase 30 anos. “Não me despi e não incomodei nenhuma criança. Não havia crianças lá. Eu estava nervosa, é verdade, discutia com cinco peruanos bêbados que me insultavam”, relevou ao jornal Corriere della Serra.
Os policiais contaram que detiveram Bruna em um primeiro momento e que, no caminho para a delegacia, ela alegou que passava mal, o que fez com os agentes parassem a viatura. A brasileira então teria tentado fugir. O espancamento ocorreu logo a seguir, quando foi recapturada.
“O policial tentou agarrar meu cabelo, mas o empurrei e saí correndo. Tentei me esconder em um canteiro de flores, mas eles me encontraram. Fui tratada como um cachorro”, narrou a vítima.
Os policiais ainda teriam dito que ela os ameaçou com a transmissão de AIDs. Bruna nega: “Posso ficar com raiva, mas não sou violenta??.
Assista ao vídeo a seguir