O ex-presidente do Equador Rafael Correa, principal liderança da esquerda política equatoriana, criticou a decisão do atual mandatário Guillermo Lasso de aplicar a "morte cruzada".
Esse é o nome do mecanismo constitucional utilizado por Lasso para barrar seu processo de impeachment. O atual presidente dissolveu o congresso, encerrou seu mandato e convocou novas eleições.
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Sem conseguir governar ou aprovar suas medidas, além de enfrentar uma dura oposição de esquerda que detém maioria na Assembleia Nacional do Equador, o banqueiro neoliberal dobrou aposta para tentar recompor seu governo.
Ele utilizou um mecanismo constitucional que permite a dissolução da Assembleia em caso de grave crise política e comoção interna.
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Corre afirmou à Russia Today que "Lasso está rompendo a Constituição" e que não existe grave comoção interna no país. Porém, ele vê com esperança a possibilidade de eleger um governo de esquerda no país nas próximas semanas.
"Acho que é a melhor solução, que pode ser eleito um novo governo [...] é uma válvula de escape para a grave crise que temos", disse.
Correa foi alvo de lawfare e teve que se exilar na Bélgica para não ser preso em uma espécie de Operação Lava Jato no país. Ele foi condenado a oito anos de prisão, mas segue na Europa como exilado. De lá, ele organiza o Movimiento Revolución Ciudadana (RC), que ficou em segundo lugar nas eleições de 2020 com Andrés Arauz e lidera o bloco de oposição ao governo atual.
"Lasso é uma grande fraude democrática, chegou à Presidência cheio de mentiras; durante o exercício do Governo, além de não cumprir todas as suas promessas eleitorais, demonstrou grande inépcia, além escândalos de corrupção por todos os lados, violência intensa", enfatizou Correa ao RT.
Ele tem segurança de que ganhará as próximas eleições. “Somos de longe o movimento político mais importante do país e com a ajuda de Deus e do povo equatoriano, e nunca confiando em nós mesmos, sempre trabalhando como se não tivéssemos um único voto, vamos vencer as próximas eleições”, enfatizou Correa.