LATAM

Presidente do Equador dissolve congresso e convoca eleições gerais antecipadas

Sem conseguir governar, banqueiro Guillermo Lasso dobra aposta para tentar se manter no poder

Guillermo Lasso pode dar tchau ao governo após dois anos de uma mandato fracassadoCréditos: Fernando Lagla
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O presidente do Equador, Guillermo Lasso, publicou um decreto e fez um comunicado à população do país anunciando a dissolução da Assembleia Nacional do Equador e convocando eleições gerais - incluindo para presidente.

O banqueiro milionário tem enfrentado uma crise política. Desde sua eleição, em 2021, Lasso tem enfrentado um grave problema de governabilidade e de popularidade.

Sua plataforma neoliberal acabou derretendo durante a pandemia e causando insatisfação na população equatoriana, que realizou manifestações amplas e intensas contra sua gestão em 2021 e 2022.

Além disso, o país enfrenta uma crise de segurança pública, em especial na cidade de Guayaquil e nas prisões do país. Os problemas econômicos atrelados à dolarização, ao aumento nos preços do combustíveis e a uma lentíssima recuperação econômica no pós-pandemia reduziram a popularidade do presidente.

Sem popularidade e sem apoio dos partidos do congresso, Lasso fez um referendo constitucional para tentar aprovar 8 reformas na constituição que facilitariam sua governabilidade. Todas foram rejeitadas pela população.

Na Assembleia Nacional do Equador, seu partido, o CREO, tem 12 deputados de 137 possíveis. A oposição, comandada pelos partidos de esquerda, dominam o parlamento e conseguiram limitar os projetos neoliberais do banqueiro.

No próximo sábado (20), Lasso sofreria um processo de impeachment por peculato. Ele é acusado de usurpar bens públicos na gestão da estatal Flota Petrolera Ecuatoriana (Flopec) por conta de contratos suspeitos realizados entre 2018 e 2020.

"Aqueles acusadores que quiseram tomar o poder até por quatro ocasiões em dois anos de meu governo, esses acusadores que foram movidos por um rancor sobrehumano, se nunca conseguiram encontrar nada, então só podem concluir que não há nada a encontrar, absolutamente nada", disse Lasso sobre suas acusações de peculato.

Rafael Correa, liderança da oposição, afirmou que a dissolução do Congresso é inválida. "Isso é ilegal. É óbvio que não há um estado de comoção interna, mas um julgamento político em aplicação da Constituição. De qualquer forma, é a grande oportunidade de enviar Lasso, seu governo e seus legisladores para casa. Hoje mais perto do que nunca", disse no Twitter.

Ao dobrar a aposta, ele espera eleger um congresso a seu favor e conquistar a reeleição. Mas os candidatos Andrés Arauz, Carlos Rabascall e Yaku Pérez são mais favoritos nessa batalha contra o banqueiro, em mais uma provável derrota da direita na América Latina.