PROGRESSISTAS

Tailândia elege coalizão anti-militares e dá passo em favor da democracia

Partidos de centro-esquerda lideram contagem de votos e enfraquecem ditadura no país

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Neste domingo, mais de 50 milhões de tailandeses foram às urnas para eleger seus representantes para o parlamento do país. As eleições - que são a segunda depois de 2014, quando os militares deram um golpe de estado - definirão, mais uma vez, qual o caminho do país entre democracia e autoritarismo.

Desde os anos 1930, a Tailândia vive com um difícil conflito entre militares e democratas, além de ainda ser uma monarquia. Nos últimos 80 anos, o país sofreu 16 tentativas de golpes de estado e, desde 2000, foram duas tomadas violentas do poder por militares.

Os resultados preliminares mostram uma liderança do Partido Progressista e do Partido Pheu Thai, coalizão que já governa a capital, Bangkok, sob uma plataforma social-democrata de centro-esquerda.

Quando o Pheu Thai conquistou a maioria do parlamento em 2014, as eleições foram invalidadas por um golpe militar.

A liderança do Partido Progressista é uma derrota para os membros da cúpula militar tailandesa: em 2019, após resultados expressivos nas eleições municipais, a agremiação política foi extinta pela Suprema Corte do País. Um ano depois, eles se reorganizaram sob outro nome e, agora, lideram as pesquisas e os resultados eleitorais no país.

Nas últimas eleições, em 2019, os partidos pró-junta militar conquistaram maioria e fizeram um governo alinhado com a junta e com o Rei Rama X.

As pesquisas de boca-de-urna mostram que o Pheu Thai e os Progressistas conquistarão maioria suficiente para criar um governo de coalizão anti-militar.

“A colaboração dos (antigos) partidos da oposição é a forma perfeita de lidar com os desafios que o país enfrenta. Vamos mudar a Tailândia juntos”, disse o líder do Progressista, Pita Limjaroenrat.

Vale lembrar que a Tailândia possui uma rígida censura através da Lei de Lesa-Majestade. Criticar a monarquia pode render 35 anos de prisão. Em 2020, uma onda de protestos anti-monarquia e anti-militares se estendeu pelo país, em especial por conta da crise econômica no país, intensificada pela pandemia e pela intensificação das leis de censura.