VIDA DE MONGE

Monges budistas testam positivo para metanfetamina na Tailândia

Todos os religiosos de um mesmo templo utilizaram a droga. Buscas foram motivadas por uma campanha de combate ao alucinógeno após massacre ocorrido em creche do país no mês de outubro

Monastério.O caso dos monges viciados escandalizou pequena província da Tailândia.Créditos: Reprodução / Weederia
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Um pequeno templo budista no norte da Tailândia foi deixado sem monges depois que todo o mosteiro testou positivo para o uso de metanfetamina no último dia 25, de acordo com autoridades locais. Antes de chegar ao templo, a polícia de Phetchabun, província localizada a cerca de 240 quilômetros de Bangcoc, havia feitos buscas em diversos outros estabelecimentos em busca de traficantes de drogas e de pessoas viciadas, para que pudessem ser enviadas para reabilitação. Escolas, fábricas e templos foram vasculhados. A informação é do The Washington Post.

“Como líder comunitário, fiquei com medo, porque nunca pensei que os monges seriam viciados em drogas”, disse Sungyut Namburi, o chefe da aldeia. “Nunca pensei que as drogas se espalhariam para os templos.”

Figuras reverenciadas na cultura tailandesa, os monges são considerados conselheiros de confiança e servem de modelo para a comunidade. O mais impactante é que os quatro monges examinados, todos daquele templo, testaram positivo para presença do entorpecente no organismo. Em um outro templo, outros dois monges também fizeram uso da droga.

O que chamou a atenção dos aldeões, que solicitaram às autoridades que verificassem os templos, foi o comportamento dos monges. Até o abade - o chefe do mosteiro, que serviu como monge por 10 anos - foi encontrado usando drogas. “Quando inspecionei o abrigo do abade, fiquei surpreso porque estava uma bagunça”, disse Sungyut. Após os testes, os religiosos confessaram o uso do alucinógeno e alguns admitiram ser viciados há tempos. Todos foram levados para uma clínica de reabilitação e tiveram que deixar a vida monástica.

Vazio, o templo pode contar com a vinda de algum religioso de outra localidade para cumprir papel junto à comunidade e manter o templo funcionando. Alguns monges já teriam se oferecido ao líder da comunidade para a tarefa, inclusive.

O escândalo na província de Phetchabun ocorre em meio a uma repressão nacional às drogas após um massacre em uma creche no mês de outubro, que deixou 38 mortos, a maioria crianças. O suspeito, um ex-policial, teria sido demitido da força por posse de metanfetamina.