A campanha eleitoral para as eleições presidenciais nos EUA do ano que vem já começou. Os Republicanos se dividem para saber quem será capaz de derrotar o partido do atual presidente, Joe Biden, que não coleciona aprovação suficiente para ser unanimidade nem em seu próprio partido.
Biden pode perder a eleição?
As pesquisas mais recentes, da Rasmussen Reports e da The Economist, mostram que Biden perde para Trump e para Ron DeSantis com alguma folga no voto popular.
Biden acumula a preferência de apenas 36% dos eleitores autodeclarados democratas para concorrer em 2024. As pesquisas mostram que Kamala Harris, Bernie Sanders, Pete Buttigieg, Hillary Clinton, Amy Klobuchar, Alexandra Ocasio-Cortez e Elizabeth Warren, somam, juntos, 46% da preferência dos blues para a candidatura de 2024. Os dados são estimados pela média do RealClearPolitics, que reúne as principais pesquisas eleitorais feitas no país nos últimos meses.
Oficialmente, três candidatos estão desafiando Biden: são eles Robert F. Kennedy Jr. sobrinho do ex-presidente John F. Kennedy e ativista anti-vacina, e a escritora e ambientalista Marianne Williamson. Nenhum deles é realmente competitivo.
Biden não era uma figura popular no seu próprio partido em 2020, quando conquistou, em uma corrida dura com Bernie Sanders, as primárias daquele ano. Em março de 2020, o atual presidente costurou um acordo com Harris, Klobuchar, Buttigieg e Cory Booker para que eles retirassem suas candidaturas subitamente antes da Super Tuesday, causando a derrota de Sanders e dos setores mais à esquerda do partido Democrata.
Biden teve uma popularidade relativamente alta até meados de 2021 graças à sua política econômica expansionista frente à covid-19. Depois, o presidente passou a ter problemas com a própria mídia dos EUA, que o criticou após a retirada de tropas dos EUA do Afeganistão.
Atualmente, ele é reprovado por 53% do eleitorado e tem 46% de aprovação. Trump tinha índices parecidos de reprovação antes de perder as eleições de 2020.
Trump vai ganhar?
Antes de ser candidato oficial à presidência pelo partido Republicano, Donald Trump tem que ganhar as primárias do partido e conquistar parte do eleitorado perdido nos últimos 8 anos.
Na última terça-feira (4), Donald Trump foi indiciado pelo suborno de Stormy Daniels e pela falsificação de documentos empresariais em uma corte em Nova York.
Ao contrário do que esperavam os analistas políticos, Trump cresceu nas pesquisas depois do indiciamento e abriu vantagem sobre seu principal concorrente, Ron DeSantis.
Ron DeSantis é o governador da Flórida. Apesar de não ter lançado oficialmente sua campanha para 2024, ele é apontado como o principal concorrente de Trump e pontua com 21% nas primárias segundo o último relatório Ipsos.
Sua principal força é ser um republicano mais "moderado" que Trump. DeSantis possui forte base na comunidade hispânica da Flórida, além de ter apelo por ter passado leis anti-aborto e anti-LGBT na Flórida. Além disso, ele conta com apoio de setores mais tradicionais do Partido Republicano.
Por fora, correm Nikki Haley - ex-governadora da Carolina do Sul -, Mike Pence - ex-governador de Indiana e vice de Trump no seu último mandato -, e Liz Cheney - deputada por Wyoming e esposa de Dick Cheney, que foi vice-presidente durante o governo Bush.
Trump lidera as pesquisas com 27%, em média, segundo a RCP. Segundo a Ipsos, a liderança de Trump chegou a 39% depois do indiciamento do ex-presidente em Nova York.
Qual o calendário das eleições 2024 nos EUA?
As primárias do Partido Republicano começam em fevereiro e terminam em junho de 2024, mas a campanha já começou e deve se intensificar nos próximos meses.
As primárias do Partido Democrata começam e terminam no mesmo período. Elas provavelmente já terão um resultado definido em 5 de março, quando ocorre a famosa Super Tuesday (Super Terça).
Em julho, os partidos confirmam o resultado das primárias através das convenções partidárias e se dá a largada para a campanha presidencial oficial dos EUA. No dia 5 de novembro, ocorrem as eleições gerais para a Presidência dos EUA.