O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou nesta quinta-feira (11), por meio de suas redes sociais, que espera "continuar o diálogo com o presidente Lula" e também comentou sobre a mensagem passada a Celso Amorim, Assessor Especial para Assuntos Internacionais da Presidência do Brasil, com quem se encontro nesta quarta-feira (10).
"Enfatizei que o único plano capaz de impedir a agressão russa na Ucrânia é a Fórmula da Paz Ucraniana. Discutimos a possibilidade de realizar a Cúpula Ucrânia-América Latina. Espero continuar o diálogo com o presidente e dar-lhe as boas-vindas à Ucrânia", escreveu Zelensky.
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Segundo informações do jornalista Jamil Chade, no UOL, o fato de Zelensky ter citado em sua publicação o convite a Lula "foi interpretado como pressão vinda de Kiev".
Amorim encontra Zelensky em Kiev: "Ucrânia e Rússia precisam ceder"
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Aos 81 anos, e acostumado a missões difíceis e negociações complicadas, Celso Amorim enfrenta um dos maiores desafios de sua longa carreira: colocar na mesa de negociações representantes de Rússia e Ucrânia, países que travam uma guerra sangrenta, que mexe com as estruturas globais de poder, e que não têm demonstrado interesse em ceder um milímetro em suas posições.
Amorim relatou ter dito a Zelensky que os dois países devem levar em conta que é preciso fazer concessões para se chegar a um acordo. Para isso, o governo brasileiro propõe a formação de um grupo para mediar a paz entre Rússia e Ucrânia, em guerra desde fevereiro de 2022.
Ao jornal O Globo, o experiente diplomata admitiu a dificuldade de sua missão. "Não será fácil chegar a uma confluência. Será necessário que os dois lados cheguem à conclusão de que o custo da guerra é maior do que o custo de certas concessões", avaliou. Segundo Amorim, Zelensky "entendeu bem" ao ouvir que Lula quer trabalhar pela paz, juntamente com outros países que conversam com Ucrânia e Rússia.
O ex-chanceler brasileiro se encontrou também com o vice-ministro das Relações Exteriores, Andrii Melnyk, que elogiou o esforço do Brasil. "O Brasil pode desempenhar um papel importante para deter a agressão russa e alcançar uma paz duradoura e justa. Também nos esforçamos para revigorar uma parceria estratégica", escreveu.
Segundo o diplomata brasileiro, há possibilidade de novas conversas, mas não existe nada agendado.
Espanha quer que Biden dê mais peso a opinião de Brasil e China sobre Ucrânia
O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, pedirá ao governo de Joe Biden (EUA) que dê mais peso às opiniões de países que não fazem parte da Otan, como Brasil e China, sobre a guerra entre a Rússia e Ucrânia.
Segundo informações da Reuters, o pedido do primeiro-ministro da Espanha deve ser realizado nesta sexta-feira (12), quando terá reunião com o presidente dos EUA.