VÍTIMA DA GUERRA

Arman Soldin: Jornalista é morto enquanto cobria guerra na Ucrânia

Profissional tem nacionalidade francesa apesar de ter nascido em Sarajevo, na Bósnia; Entrou para a AFP em 2015, em Roma, e estava na Ucrânia desde setembro de 2022 como coordenador de vídeos

Arman Soldin, jornalista da AFP morto na Ucrânia.Créditos: Reprodução/TV Azteca (México)
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O jornalista Arman Soldin, coordenador do setor de vídeos da Agência France Presse (AFP), foi morto na última terça-feira (9) durante ataque de foguetes em Chasiv Yar, no leste da Ucrânia, enquanto cobria o conflito encabeçado pelo regime de Vladimir Putin, presidente da Rússia. O óbito foi confirmado por colegas de Soldin que o acompanhavam na cobertura.

Soldin tinha 32 anos e era acompanhado por 4 colegas. A equipe cobria a movimentação das tropas ucranianas quando foi surpreendia pelo ataque. A família do jornalista foi comunicada a respeito da tragédia.

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O bombardeio realizado com mísseis do tipo Grad ocorreu por volta das 16h30 no horário local. A região de Chasiv Yar fica na periferia da cidade de Bakhmut, que vem sendo alvo constante de ataques russos. Até por isso, é comum que repórteres de agências internacionais compareçam à região para registrar o conflito.

“A AFP em seu conjunto está devastada. A morte de Soldin é um lembrete terrível dos riscos e perigos aos quais os jornalistas são confrontados no dia a dia ao cobrir o conflito da Ucrânia”, declarou Fabrice Fries, diretor-geral da agência.

Já Phil Chetwynd, diretor de informação da AFP, deu declarações no sentido de preservar a memória do jornalista. “Soldin foi corajoso, criativo e tenaz [ao longo da vida]. Seu trabalho brilhante resume tudo o que nos orgulha em relação ao jornalismo da AFP”, declarou.

Arman Soldin

O jornalista que acabou vitimado pelas tropas russas é de nacionalidade francesa apesar de ter nascido em Sarajevo, na Bósnia. Entrou para a AFP em 2015, em Roma, e no mesmo ano foi enviado a Londres. Estava na Ucrânia desde setembro de 2022 como coordenador de vídeos.

“Arman era entusiasta, vigoroso, corajoso. Era um verdadeiro jornalista de campo, sempre pronto para partir, inclusive para as áreas mais difíceis. Transbordava energia, e era assim que se definia nas redes. Era de uma devoção total ao seu ofício de jornalista”, contou Christine Buhagiar, diretora da AFP na Europa.

Soldin já o 11º trabalhador da imprensa morto na Ucrânia desde a invasão russa iniciada em 24 de fevereiro de 2022. A estatística inclui repórteres, guias e motoristas que trabalham na cobertura do conflito e foi elaborada pela ONG Repórteres Sem Fronteiras e pelo Comitê internacional para a Proteção de Jornalistas.