O governo brasileiro considerou positivo o encontro do ex-chanceler e atual assessor especial da Presidência, Celso Amorim, com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, nesta quarta-feira, em Kiev.
Aos 81 anos, e acostumado a missões difíceis e negociações complicadas, Celso Amorim enfrenta um dos maiores desafios de sua longa carreira: colocar na mesa de negociações representantes de Rússia e Ucrânia, países que travam uma guerra sangrenta, mexe com as estruturas globais de poder, e que não têm demonstrado interesse em ceder um milímetro em suas posições.
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Amorim relatou ter dito a Zelensky que os dois países devem levar em conta que é preciso fazer concessões para se chegar a um acordo. Para isso, o governo brasileiro propõe a formação de um grupo para mediar a paz entre Rússia e Ucrânia, em guerra desde fevereiro de 2022.
Ao jornal O Globo, o experiente diplomata admitiu a dificuldade de sua missão. "Não será fácil chegar a uma confluência. Será necessário que os dois lados cheguem à conclusão de que o custo da guerra é maior do que o custo de certas concessões", avaliou. Segundo Amorim, Zelensky "entendeu bem" ao ouvir que Lula quer trabalhar pela paz, juntamente com outros países que conversam com Ucrânia e Rússia.
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O ex-chanceler brasileiro se encontrou também com o vice-ministro das Relações Exteriores, Andrii Melnyk, que elogiou o esforço do Brasil. "O Brasil pode desempenhar um papel importante para deter a agressão russa e alcançar uma paz duradoura e justa. Também nos esforçamos para revigorar uma parceria estratégica", escreveu.
Segundo o diplomata brasileiro, há possibilidade de novas conversas, mas não existe nada agendado.