O presidente chinês, Xi Jinping, afirmou que a China, comprometida em promover negociações de paz e acordos políticos, está pronta para se juntar à França em um apelo à comunidade internacional para evitar uma escalada da crise na Ucrânia.
Xi fez as observações em uma coletiva de imprensa conjunta com seu colega francês Emmanuel Macron após suas conversas em Pequim nesta quinta-feira (5).
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"A China pede a todas as partes que permaneçam racionais, exerçam moderação e evitem tomar medidas que possam fazer com que a crise se deteriore ainda mais ou até mesmo saia do controle", disse Xi.
O presidente chinês enfatizou que armas nucleares não devem ser usadas e guerras nucleares não devem ser travadas. Ele afirmou a oposição da China ao uso de armas biológicas em quaisquer circunstâncias, bem como ataques armados contra usinas nucleares ou outras instalações nucleares civis.
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Xi também defendeu a retomada das negociações de paz "o mais rápido possível", observar os propósitos e princípios da Carta da ONU e acomodar as legítimas preocupações de segurança de todas as partes.
A visita oficial do presidente Macron à China é a primeira de um chefe de Estado europeu após a retomada total dos intercâmbios da China com o mundo e a conclusão bem-sucedida das Duas Sessões da China, ressaltou Xi. Ele acrescentou que a visita injetará novo impulso e trará nova vitalidade à China nas relações com a Europa.
O líder chinês destacou que os dois países são firmes defensores de um mundo multipolar e de maior democracia nas relações internacionais. Ambos têm a capacidade e a responsabilidade de superar diferenças e obstáculos, manter a direção geral de uma parceria estratégica abrangente que seja estável, mutuamente benéfica, empreendedora e dinâmica.
Acordos de cooperação
Xi e Macron firmaram acordo de quatro pontos: manter relações bilaterais estáveis, buscar benefício mútuo e desenvolvimento comum, retomar as trocas interpessoais e culturais em todos os setores e apoiar uns aos outros e promover a melhoria da governança global.
"Nos últimos três anos e mais, apesar de um cenário internacional instável e em mudança, a China e a França trabalharam juntas para manter um impulso de crescimento positivo e sólido em seus laços bilaterais", observou Xi.
Xi comentou que os dois lados mantiveram uma comunicação estratégica de alta frequência e alta qualidade em um formato híbrido, apoiaram-se mutuamente na luta contra a Covid-19 e observaram um crescimento robusto no comércio bilateral e resultados importantes da cooperação nos setores aeroespacial, aviação e agricultura, alimentação e outras áreas.
Os dois países também mantiveram estreita comunicação e coordenação em questões como mudança climática, biodiversidade e desenvolvimento da África, relembrou Xi .
"O mundo hoje está passando por uma profunda transformação histórica. A China e a França, como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e os principais países com tradição de independência, devem praticar o verdadeiro multilateralismo para a paz, estabilidade e prosperidade globais", finalizou Xi.
O presidente chinês, Xi Jinping, e o presidente francês, Emmanuel Macron, reuniram-se em conjunto com a imprensa após suas conversas em Pequim na quinta-feira.
Os dois lados vão aprofundar a cooperação em áreas tradicionais, como aviação, aeroespacial e energia nuclear civil, e cultivar novos impulsionadores de crescimento na cooperação, como desenvolvimento verde e inovação científica e tecnológica, incluindo a construção de um centro de neutralidade de carbono China-França e fortalecimento do treinamento conjunto de talentos, observou Xi.
Xi comunicou a Macron a prontidão da China para promover a abertura de alto padrão e compartilhar novas oportunidades no novo desenvolvimento da China com países de todo o mundo, e para trabalhar com a França para construir um mecanismo de coordenação rápida de toda a cadeia da "fazenda francesa à mesa de jantar chinesa".
A convite da China, a França será o país convidado de honra na Feira Internacional de Comércio de Serviços da China (CIFTIS, da sigla em inglês) de 2024 e na sétima Expo Internacional de Importação da China (CIIE, da sigla em inglês).
Os dois países estão comprometidos em fornecer um ambiente de negócios justo, justo e não discriminatório para as empresas um do outro, disse Xi.
No próximo ano será o 60º aniversário das relações diplomáticas China-França e o Ano da Cultura e Turismo China-França. Os dois lados vão aproveitar a reabertura total dos intercâmbios entre pessoas para promover intercâmbios em cultura, educação, idiomas, publicações, cinema e televisão e turismo, e entre localidades e jovens, e aprofundar a cooperação esportiva por meio das Olimpíadas de Paris 2024 Jogos.
A China apoia a França em sediar uma bem-sucedida Conferência dos Oceanos da ONU em 2025 e dá as boas-vindas à participação da França no terceiro Fórum do Cinturão e Rota para Cooperação Internacional.
China, França e União Europeia
Também na quinta-feira, Xi realizou uma reunião trilateral com Macron e a presidenta da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
O presidente chinês assinalou que a visita simultânea à China de Macron e von der Leyen demonstra o desejo positivo da União Europeia (UE) de aumentar as relações com a China e promover os interesses comuns da China e da UE.
"Num mundo complexo e volátil assolado pela prolongada crise na Ucrânia, vacilante recuperação global, mercados financeiros voláteis e crescentes dificuldades enfrentadas pelos países em desenvolvimento, a China e a UE precisam permanecer comprometidas com o diálogo e a cooperação, defender a paz e a estabilidade mundiais, promover o desenvolvimento comum e prosperidade, promover o progresso humano e enfrentar juntos os desafios globais", declarou Xi.
O líder chinês observou que este ano marca o 20º aniversário da parceria estratégica abrangente China-UE. Ele disse que a China está preparada para trabalhar com a UE para definir a direção e o tom corretos para os laços China-UE, retomar totalmente os intercâmbios em todos os níveis, revitalizar mutuamente cooperação benéfica em vários campos e superar distúrbios e desafios, injetando assim um novo ímpeto nas relações China-UE e na paz, estabilidade e prosperidade globais
A China apoia a Europa na obtenção de autonomia estratégica, defende que a relação China-Europa não é visada, subjugada ou controlada por terceiros e acredita que a Europa adotará uma abordagem independente para desenvolver suas relações com a China, afirmou Xi.
China faz mediação de mais um passo da aproximação de Arábia Saudita e Irã
Depois do acordo histórico mediado pela China para restaurar os laços diplomáticos entre Arábia Saudita e Irã há algumas semanas, nesta quinta-feira (5), os ministros ds Relações Exteriores dos dois países se reuniram em Pequim.
Com a mediação do conselheiro de Estado e chanceler chinês, Qin Gang, o príncipe Faisal bin Farhan Al Saud, e Hossein Amir-Abdollahian, tiveram o primeiro encontro formal entre a Arábia Saudita e os diplomatas mais graduados do Irã em mais de sete anos.
As reuniões seguem um acordo histórico mediado pela China em março para restaurar os laços diplomáticos entre os dois países e reabrir as embaixadas dentro de dois meses.
Revista Trimestral do Pensamento Chinês em português
O Instituto Tricontinental de Pesquisa Social e o Coletivo Dongsheng fizeram uma parceria com a Wenhua Zongheng para publicar uma edição internacional da revista, lançando quatro edições por ano com uma seleção de artigos particularmente relevantes para o Sul Global.
A Wenhua Zongheng é uma revista proeminente de pensamento político e cultural contemporâneo na China. Criada em 2008, publica edições bimestrais com artigos de um espectro amplo de intelectuais de todo o país, construindo uma plataforma para discussão de diferentes perspectivas ideológicas e valores na comunidade intelectual da China.
"A publicação é uma referência importante para os debates e desenvolvimento do pensamento chinês, em temas que vão desde a história antiga e a cultura tradicional da China até as atuais inovações e práticas socialistas, das importantes tendências culturais na vida social contemporânea às visões e análises chinesas sobre o mundo atual", diz a página eletrônica da primeira edição da revista.
O primeiro número desta edição internacional traz o tema “No Limiar de uma Nova Ordem Internacional”. Confira aqui.