BUSCA DA PAZ

VÍDEO: Na Espanha, Lula dá declaração definitiva sobre posição na guerra na Ucrânia

Lula ainda arrancou de Pedro Sanchez, presidente do governo da Espanha, fala em apoio à sua proposta de reformular o Conselho de Segurança da ONU.

Lula e Pedro Sanchez, presidente do governo da Espanha.Créditos: Ricardo Stuckert
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Em entrevista coletiva ao lado do presidente do governo de Espanha, Pedro Sánchez, Lula deu uma declaração definitiva sobre a posição do Brasil - e dele próprio - sobre a guerra na Ucrânia após uma série de indagações a respeito do tema durante sua passagem pela Europa, que se encerra nesta quarta-feira (26).

Após colocar em dúvida a posição do Brasil, colocando Ucrânia e Russa em pé de igualdade, durante visita à China, Lula teve que voltar atrás já em Portugal e condenar a invasão promovida por Vladimir Putin ao país vizinho.

Na resposta dada na Espanha, Lula explicou ainda o motivo de vetar a venda de mísseis produzidos no Brasil para a Alemanha, governada pelo amigo Olaf Schulz.

"Eu espero que a gente possa concluir essa paz, porque não interessa a guerra nem a Ucrânia, não deveria interessar a Rússia, não interessa a Europa e não interessa o Brasil. Quando eu me recusei a vender mísseis para a Alemanha, era porque eram para a Ucrânia, e eu disse ao meu amigo Schulz: "eu não vou vender" (...). Se um russo for morto com um míssil desses, o Brasil entrou na guerra, e eu não quero que o Brasil entre na guerra. O Brasil quer entrar em uma zona de paz para tentar ajudar. É essa. a posição de uma vez, espero que fique definido de uma vez, porque em todo país me perguntam a mesma coisa", afirmou.

Lula ainda pontuou o esforço que tem feito para por fim ao conflito e que entende a posição de países europeus, que estão ao lado da Ucrânia.

"Eu vou continuar tentando, vou continuar falando. O Celso Amorim esteve conversando com o Putin, vai à Ucrânia para falar com o Zelensky. Vamos conversar com todo mundo, até ver se é possível. Estamos tentando estabelecer todas as negociações possíveis até chegar nos dois que estão em guerra para saberem se querem parar", disse.

"Quando digo que compreendo o papel da Europa, é porque ela está no continente em que está a guerra, tem países europeus que estão quase na fronteira com a Rússia. Por isso, tenho a comodidade de falar tanto em paz (...). Todos nós somos contra a guerra, mas a guerra já começou", emendou.

Lula ainda conseguiu arrancar uma declaração de Pedro Sanchez em sua empreitada para conquistar apoio para uma mudança no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

"O Brasil está de volta, é uma potência mundial, infelizmente não ouvimos a voz do Brasil por muitos anos. Ninguém podia pensar que resolveríamos o desafio climático sem o compromisso brasileiro, por exemplo. Portanto, quando o presidente Lula pede uma reforma do Conselho de Segurança, minha impressão é que (...) faz isso porque acredita no multilateralismo para responder aos desafios globais", disse Sanchez, que ainda afirmou que entende a posição brasileira sobre a Guerra.

"O Brasil, nas Nações Unidas, sempre afirmou sua condenação veemente à invasão da Ucrânia e sempre defendeu a integralidade territorial da Ucrânia. Nós podemos ter algumas nuances [...], mas o importante é que o Brasil defende a integralidade territorial da Ucrânia e a ordem internacional baseada nas regras", emendou.

"A Espanha vai fazer o que a Espanha decidir fazer sem que o Brasil tenha qualquer interferência. Se pudermos montar um time da paz e Espanha quiser participar, terei muito prazer, mas o governo espanhol tem soberania suficiente. Não quero interferir em ninguém, só quero dizer: se não tivermos paz, essa guerra vai demorar para ter fim. E quero dizer mais, não sei o que pode acontecer com o prolongar com essa guerra (...). Vocês sabem do que eu estou falando. Pode acontecer tudo, até uma desgraça maior", disse Lula.

Assista.