SEM MEIAS PALAVRAS

A resposta de Lula ao grupelho de extrema direita que tentou o hostilizar em Portugal

Presidente brasileiro foi ovacionado pela grande maioria do público presente na sessão em homenagem à Revolução dos Cravos no parlamento português e uma pequena minoria radical tentou atrapalhar

Lula na sessão solene do parlamento português em comemoração ao aniversário da Revolução dos Cravos.Créditos: Assembleia da República de Portugal / Divulgação
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu à pequena manifestação do "Chega", partido da extrema direita de Portugal, contra sua presença na sessão solene do parlamento português em comemoração ao 49º aniversário da Revolução dos Cravos, marco do fim da ditadura no país europeu em 1974, na manhã desta terça-feira (25). 

Alinhados ao bolsonarismo brasileiro, cerca de 10 manifestantes, dentro do parlamento, ergueram placas contra o mandatário brasileiro e tentaram tumultuar a sessão. A grande maioria dos presentes, entretanto, ovacionou Lula, que fez um discurso enfático em defesa da democracia. 

Logo após a sessão, em entrevista à emissora portuguesa RTP, Lula foi perguntado sobre o protesto do grupelho fascista e reagiu sem meias palavras

"É a coisa mais natural na democracia. Eu às vezes lamento porque quando as pessoas não tem alguma coisa boa para fazer, para aparecer, fazem essa cena de ridículo", disparou. 

"Eu, sinceramente, não sei como essas pessoas vão chegar em casa, olhar para os seus filhos, seus pais, e falarem que vieram na Assembleia participar de um evento praticamente em homenagem à Revolução dos Cravos, porque foi para isso que eu vim aqui a convite do presidente [Marcelo] Rebelo. Mas quem faz política está acostumado com isso. Eu acho que essas pessoas quando voltarem para casa e deitarem a cabeça no travesseiro, vão pensar: 'que papelão nós fizemos'", emendou Lula. 

António Costa

Também em entrevista à RTP, o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, minimizou a intervenção do "Chega" e atestou que a grande maioria dos presentes na sessão solene com Lula "respeita e ama a democracia". 

“O que eu vi na Assembleia da República, no conjunto dos 230 deputados – e cada um deles não vale menos do que cada um dos deputados do Chega – foi uma esmagadora maioria de pessoas que respeitam e amam a liberdade e a democracia, que respeitam as instituições, que respeitam um chefe de Estado de um país irmão”, declarou. 

“E depois vi uma ultraminoria que precisou de fazer barulho para suplantar em ruído a falta de representação popular que efetivamente tem”, prosseguiu Costa.