Em carta aos presidentes Lula (Brasil), Xi Jinping (China), Vladimir Putin (Rússia), Narendra Modi (Índia) e Ciril Ramaphosa (África do Sul), o extremista Javier Milei anunciou a renúncia da Argentina aos Brics, bloco econômico que reúne os cinco países, expandido em março deste ano com a adesão de Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã - além do vizinho brasileiro.
A renúncia foi feita poucos dias antes da entrada definitiva da Argentina no bloco. O anúncio foi feito em agosto durante reunião dos países fundadores e valeria a partir de 1º de janeiro de 2024.
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Segundo informações do site Infobae, a decisão de Milei foi tomada por uma questão ideológica, de alinhamento com os Estados Unidos. Durante a campanha, ele chegou a criticar o bloco dizendo que não pressionaria "por um acordo com comunistas", em alusão a Jinping e Lula, especialmente.
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A tarefa de enviar a carta aos líderes dos Brics foi delegada por Milei à chanceler Diana Mondino, que teria apresentado uma carta para não causar danos às relações bilaterais com os membros do bloco.
A decisão foi divulgada dois dias após o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, anunciar que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brics expandidos - já com os novos membros - deve superar o dos países do G7.
"O PIB total dos Brics na nova formação já excederá significativamente o do G7”, afirmou Lavrov após reunião com o chanceler indiano Subrahmanyam Jaishankar.
Em conjunto, os países fundadores do Brics têm um PIB de US$ 24,7 trilhões. Segundo estimativas do Banco Mundial, o PIB da China chegou a US$ 17,7 trilhões em 2022, o segundo maior do mundo. A Índia ficou em sexto, com US$ 3,17 trilhões, seguida pela Rússia em 11º (US$ 1,7 trilhão), pelo Brasil em 12º (US$ 1,6 trilhão) e pela África do Sul em 32º (US$ 419 bilhões).
Fernandez
A renúncia de Milei em colocar a Argentina nos Brics é uma maneira de se contrapor à diplomacia de seu antecessor, Alberto Fernandez, que fechou o acordo.
Fernandez recebeu menção especial de Lula no discurso do presidente brasileiro ao saudar os novos membros do bloco, em agosto.
"Dedico uma mensagem especial ao querido Alberto Fernandez, presidente da Argentina e grande amigo do Brasil e do mundo em desenvolvimento", ressaltou o brasileiro.
Com os novos integrantes, o bloco terá 36% do PIB mundial e 46% do total de habitantes do planeta.