O Exército dos Estados Unidos disparou ataques em três locais ocupados por forças apoiadas pelo Irã no Iraque, nesta segunda-feira (25). Sob ordem do presidente Joe Biden, o episódio foi uma retaliação ao ataque aéreo por drone que feriu militares estadunidenses no mesmo dia, no norte do Iraque.
De acordo com a porta-voz do Conselho Nacional de Segurança dos EUA, Adrienne Watson, três membros do Exército estadunidense foram atingidos e um deles ficou em estado de saúde grave. A milícia Kataib Hezbollah e outros grupos afiliados que recebem apoio do Irã reivindicaram a autoria dos ataques.
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Em comunicado, o secretário de Defesa, Lloyd Austin, informou: "As forças militares dos Estados Unidos realizaram ataques necessários e proporcionais em três instalações usadas pela Kataib Hezbollah e grupos afiliados no Iraque".
Apenas 12h após os ataques, a operação do Exército dos Estados Unidos teria matado "vários militantes do Kataib Hezbollah" e destruído prédios usados pelo grupo. O grupo está associado ao Hamas e à Jihad Islâmica, outros dois grupos apoiados pelo Irã.
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"Estes ataques têm como objetivo responsabilizar os elementos diretamente responsáveis pelos ataques às forças da coligação no Iraque e na Síria e degradar a sua capacidade de continuar os ataques. Sempre protegeremos as nossas forças", notificou o general Michael Kurilla, chefe do Comando Central dos EUA.
Conforme o comunicado, os ataques contra as forças no Iraque são uma resposta a uma série de ataques contra suas tropas no Iraque e na Síria. Desde o dia 17 de outubro, as fontes militares estadunidenses contabilizaram 103 ataques contra seus militares, a maioria de autoria reivindicada pela Resistência Islâmica no Iraque.
"Esses ataques de precisão são uma resposta a uma série de ataques contra pessoal dos EUA no Iraque e na Síria por milícias patrocinadas pelo Irã, incluindo um ataque do Kataib Hezbollah e grupos afiliados contra a base área de Erbil."
Motivação para o ataque
A operação do Kataib Hezbollah teria sido motivada pelo apoio dos Estados Unidos à Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza. Nesta segunda-feira, o Ministério da Saúde da Palestina relatou que, desde 7 de outubro, o conflito em Gaza deixou 20.424 mortos, cerca de 1% da população palestina no local.
Washington tem sido o principal apoiador do Estado sionista de Israel, liderado por Benjamin Netanyahu.
A agência de notícias Tasnim, ligada à Guarda Revolucionária do Irã, apontou em outubro que os Estados Unidos estão diretamente envolvidos na invasão de Gaza: "Cerca de 5.000 militares dos EUA estão envolvidos na operação terrestre que os militares israelenses lançaram na noite de sexta-feira contra Gaza".
"O objetivo da invasão é dividir a Faixa de Gaza em duas ou três seções e cortar a ligação entre as forças de resistência antes de lançar a próxima fase da guerra."
Apoio de Biden
Joe Biden estava comemorando o Natal na residência presidencial em Maryland quando foi alertado sobre os ataques às tropas estadunidenses pelo conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan. O presidente ordenou que o Pentágono preparasse opções de contra-ataque.
Sullivan se reuniu com Lloyd Austin para avaliar as opções de resposta e, poucas horas depois, foram convocados por Biden para apresentar as avaliações. Biden, então, decidiu por atacar três locais usados pelos filiados ao Kataib Hezbollah.
"O presidente não dá maior prioridade do que a proteção do pessoal americano que serve em situação de perigo. Os Estados Unidos agirão no momento e da maneira que escolhermos, caso esses ataques continuem", comunicou Watson.
Em outubro, após bombardeio dos EUA na Síria, o secretário da Defesa, Llyod Austin, afirmou que: "sob a orientação do presidente Biden, as forças militares dos EUA conduziram ataques de autodefesa em duas instalações no leste da Síria utilizadas pelo Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC, na sigla em inglês) e grupos afiliados".
Segundo ele, a operação dos EUA foi uma resposta aos ataques contínuos contra militares estadunidense no Iraque e na Síria que teriam começado no dia 17 de outubro, dez dias após o início da guerra entre Israel e Hamas em Gaza.
"Estes ataques apoiados pelo Irã contra as forças dos EUA são inaceitáveis e devem parar. O Irã quer esconder a sua mão e negar o seu papel nestes ataques contra as nossas forças. Não vamos deixá-los. Se os ataques dos representantes do Irã contra as forças dos EUA continuarem, não hesitaremos em tomar outras medidas necessárias para proteger o nosso povo."
No dia anterior ao bombardeio, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir Abdollahian, culpou os EUA de estarem por trás da ação israelense em Gaza e fez um alerta. "Aviso que se o genocídio em Gaza continuar, os EUA não serão poupados deste incêndio”, declarou.