Em clara ameaça ao mundo árabe que se opõe à ofensiva israelense em Gaza, o governo dos Estados Unidos enviou ao Oriente Médio um submarino nuclear da classe Ohio, que se juntará aos dois porta aviões, o USS Gerald Ford e o USS Dwight D. Eisenhower, e a frota de guerra que o país estacionou no mar Mediterrâneo em meio à Guerra na Palestina.
"A implantação de forças navais e aéreas adicionais fornece maior flexibilidade e capacidade marítima à 5ª Frota dos EUA, e demonstra a rapidez e agilidade do Comando Central no apoio às prioridades de segurança Nacional", informou Marc Miguez, comandante do grupo de ataque liderado pelo USS Dwight D. Eisenhower.
Te podría interesar
Em resposta, o líder supremo do Irã, o aiatolá Seyyed Ali Khamenei, acusou os EUA de serem "cúmplices dos sionistas nos crimes em Gaza" durante reunião com o primeiro-ministro do Iraque, Mohammed Shia al-Sudani, nesta segunda-feira (6).
"Se não houvesse ajuda militar e política dos EUA, o regime sionista não seria capaz de continuar. Os americanos são, no verdadeiro sentido da palavra, cúmplices dos sionistas nos seus crimes em Gaza”, disse o aiatolá.
Te podría interesar
Sudani, que se encontrou antes com o presidente iraniano Ebrahim Raisi, defendeu a libertação da Palestina e lembrou que o conflito não começou no dia 7 de outubro, quando as brigadas Al-Qassam, braço armado do Hamas, atacaram Israel.
“A crise recente não nasceu apenas em 7 de outubro deste ano, mas foi o resultado das políticas criminosas do regime sionista contra a nação palestina, que ocorreram com o assassinato e deslocamento forçado da nação palestina, políticas de expansão de assentamentos e profanação da Mesquita Al-Aqsa”, disse.
“Gostaria de afirmar claramente que a comunidade e as instituições internacionais não cumpriram os seus deveres e obrigações [em relação à Palestina]", emendou o chanceler iraquiano.
Presidente do Irã, Raisi afirmou que os dois países compartilham de uma única posição em relação à questão palestina e pediu o fim dos bombardeios em Gaza.
"Acreditamos que o bombardeamento deve ser interrompido imediatamente, um cessar-fogo deve ser estabelecido e deve ser fornecida ajuda ao povo oprimido e poderoso de Gaza”, afirmou presidente iraniano, que classificou como "genocídio" o que Israel faz na região.
Bomba atômica
Nas redes sociais, o Ministro de Relações Exteriores do Irã, Hossein Amirabdollahian, desafiou o Conselho de Segurança da ONU a desarmar o "regime de apartheid" após o ministro da Herança e Relações de Israel, Amihai Eliyahu, sinalizar que o lançamento de uma bomba atômica sobre Gaza seria "uma das possibilidades".
"As observações do ministro do regime israelita sobre a utilização de bombas atómicas são uma prova de que o regime foi efetivamente derrotado face à resistência. O Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) e a Agência Internacional de Energia Atómica (IAEA) deveriam tomar uma ação rápida e imediata para desarmar o regime selvagem e do apartheid", escreveu na rede X, antigo Twitter.
"Amanhã é tarde. A Casa Branca é totalmente responsável pelo genocídio", advertiu o iraniano.
Em entrevista ao canal de TV italiano Rai1, Amirabdollahian afirmou ainda que os ataques de Israel ao povo palestino vão provocar uma expansão "iminente" do conflito, com o envolvimento de outros grupos que atuam na região.
"A expansão da guerra será iminente se Israel continuar seus ataques contra a população civil de Gaza. No Líbano e Iêmen, existem outras forças de resistência que podem intensificar suas ações", afirmou o ministro iraniano, que ressaltou a importância de um cessar-fogo: "Caso contrário, o conflito vai explodir".