GENOCÍDIO NA PALESTINA

Ministro de Israel cogita jogar bomba atômica sobre Gaza

"Distante da realidade", reagiu Benjamin Netanyahu ao comentário; bombardeio em campo de refugiados deixou mais de 30 vítimas

Amihai Eliyahu é membro de partido religioso de ultra-direita.Créditos: Reprodução/Twitter
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O ministro da Herança e Relações de Israel, Amihai Eliyahu, afirmou a possibilidade do lançamento de uma bomba atômica sobre a Faixa de Gaza em uma entrevista concedida neste sábado (4). Para a Radio Kol Berama, ele afirmou ser "uma das possibilidades" de resolução do conflito entre Israel e Hamas.

Na mesma entrevista, Eliyahu também mostrou-se contrário ao oferecimento de assistência humanitária em Gaza. "Não entregaríamos ajuda humanitária aos nazistas… não existem civis não envolvidos em Gaza", declarou ele, que ainda caracterizou a oferta de ajuda aos palestinos como uma "falha".

O ministro defendeu a tomada do território palestino em detrimento à população residente na região: "Eles [civis palestinos] podem ir para a Irlanda ou para os desertos, os monstros em Gaza devem encontrar uma solução por si próprios".

Por fim, ainda disse que a Faixa de Gaza não teria o direito de existência, assim como aqueles que agitam bandeiras da Palestina ou do Hamas, que segundo ele, "não deveriam continuar vivendo na face da Terra".

A reação de Netanyahu

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que os comentários de Eliyahu estavam "distantes da realidade" e que Israel e as Forças de Defesa de Israel (IDF, da sigla em inglês) atuam conforme as leis internacionais para não ferir inocentes e não combatentes.

 

Os comentários de Eliyahu são similares aos do ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, que escreveu em seu perfil do X, ex-Twitter: "Enquanto o Hamas não libertar os reféns que tem em suas mãos, a única coisa que precisa entrar em Gaza são centenas de toneladas de explosivos da Força Aérea, nem um grama de ajuda humanitária".

Na quinta-feira (2), a IDF bombardeou um comboio de ambulâncias com feridos que tinham como destino a passagem de Rafah, por onde poderiam se deslocar para receber atendimento médico no Egito. 

"Uma célula terrorista do Hamas foi identificada usando uma ambulância. Em resposta, uma aeronave das IDF atingiu e neutralizou os terroristas do Hamas, que operavam dentro da ambulância", alegou a IDF.

No sábado, um bombardeio israelense no campo de refugiados de Al-Maghazi matou mais de 30 pessoas, segundo o porta-voz do Ministério da Saúde, Ashraf Al-Qudra. O Hamas comunicou que o bombardeio foi direcionado diretamente às residências de civis e na escola, o que resultou em vítimas mulheres e crianças. De acordo com informações de Al-Qudra, o número de palestinos mortos se aproxima de 9,5 mil.

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