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A carta na manga de Lula para reestatizar as distribuidoras elétricas

Especialista explica como o governo pode reduzir a conta de luz e retomar setor estratégico

Lula pode abaixar tarifa elétrica ao não renovar concessões das operadoras do sistema elétrico
Lula pode abaixar tarifa elétrica ao não renovar concessões das operadoras do sistema elétricoCréditos: Reprodução/Band
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O governo Lula possui uma carta na manga: ele poderá reestatizar parte do sistema elétrico brasileiro sem custos a partir de 2025 e, com isso, abaixar a tarifa da eletricidade na casa dos brasileiros.

Em 1995, Fernando Henrique Cardoso iniciou o processo de privatização das operadoras do sistema elétrico com as concessões, que vencem a partir do ano de 2025.

Caso Lula opte por não renovar as concessões, as operações podem voltar para o controle do estado brasileiro, que pode reduzir o preço da energia por não estar de olho no lucro.

A solução foi proposta em entrevista ao programa Fórum Café desta quarta-feira (29) pelo engenheiro elétrico Ikaro Chaves, que também é diretor da Associação dos Engenheiros e Técnicos do Sistema Eletrobras (Aesel) e especialista no sistema elétrico brasileiro.

Dentro do governo Lula, será possível estatizar a EDP, que opera em solo capixaba, a Light e a Enel no Rio de Janeiro. Até 2030, em um eventual segundo mandato de Lula, mais 15 empresas poderiam ser estatizadas, incluindo a própria Enel de São Paulo.

Contudo, o ministério de Minas e Energia abriu consulta pública para renovar as concessões.

"Em uma situação normal, existe o mecanismo da cassação, mas quem faz isso é a ANEEL. O que o governo Lula está propondo é renovar todas essas concessões", afirma Ikaro.

Para ele, a reestatização seria essencial para estabelecer uma tarifa mais barata e melhorar a qualidade da energia para a população, incluindo comércios, serviços e indústrias.

"É uma crise de qualidade, nós não temos energia de qualidade nas nossas casas, nos nossos comércios e indústrias. E um problema de preço. A questão tarifária no Brasil é muito séria.  É um modelo que é cada vez mais caro e cada vez pior. As pessoas não estão conseguindo pagar a conta de luz", completa Chaves.

Confira a entrevista completa:

 

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