SÃO PAULO

Enel, concessionária privada, dá resposta surreal para falta de energia; Tadeu Schmidt narra "saga do blecaute"

Mais de 36 horas após temporal em São Paulo, empresa privada tenta justificar falta de energia em algumas regiões. "Estamos tentando levar numa boa", diz apresentador do BBB.

Tadeu Schmidt e funcionários da Enel em meio aos reparos da rede elétrica em SP.Créditos: Instagram / Enel
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Mais de 36 horas após o temporal que provocou o caos em São Paulo, muitas áreas da região metropolitana da capital e ABC paulista seguem sem energia elétrica.

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Em meio à enxurrada de reclamações na rede X, antigo Twitter, onde concentra o atendimento, a Enel, concessionária privada de energia em São Paulo, deu uma resposta surreal na manhã deste domingo (5).

"Olá. Os ventos de 100 km/h que atingiram São Paulo, provocaram quedas de árvores e com isso você ficou sem energia. Precisamos construir as redes de novo e é uma operação de alta complexidade que leva tempo. Por isso, ainda não temos previsão", respondeu a concessionária a um consumidor da Vila Guilhermina, zona leste da capital.

Na última manifestação, por volta das 9h50 deste domingo, a empresa ainda afirma que não está atendendo aos chamados pelo 0800 em razão do "alto volume de acionamentos".

"Os ventos de 100 km/h que atingiram São Paulo, provocaram alto volume de acionamentos por falta de energia. Por alguns momentos nossos canais de atendimento ficaram muito congestionados, mas já estão disponíveis", escreveu na rede X.

Um dos afetados pela falta de energia elétrica na capital paulista foi o apresentador do Big Brother Brasil, Tadeu Schmidt, da TV Globo.

Em vídeo divulgado neste sábado (4), o jornalista reclama da falta de energia por mais de 15 horas e relata a "saga do blecaute".

"E seguimos pela saga do blecaute. Já são mais de 15 horas sem energia elétrica. Estou no carro, como vocês podem ver, né? Para carregar o celular, pegar um fresquinho aqui do ar condicionado. Estamos tentando levar numa boa", disse o jornalista, com ar de descontentamento.

A Enel alega que o temporal de sexta foi o mais forte registrado em sua área e afetou de forma severa a rede de distribuição de energia. Segundo a empresa, equipes trabalham 24 horas para reconstruir trechos destruídos.

"Devido à complexidade do reparo, principalmente nos pontos que sofreram grande impacto e demandam substituição de cabos, postes e transformadores, alguns casos podem levar mais tempo.  Estamos com mobilização total de nossas equipes em várias frentes, como call center e operação, para agilizar a normalização do serviço a todos os clientes impactados", informou a Enel em seu site, juntamente com imagens da destruição na rede elétrica causada pelo temporal.

Mortes

Segundo a Defesa Civil, ao menos seis pessoas morreram em todo o estado em decorrência das fortes chuvas, acompanhada de granizo em muitas regiões, e rajadas de vento acima dos 100 km/h. A tempestade causou estragos em pelo menos 40 cidades paulistas.

Na capital, duas pessoas morreram na Zona Leste em virtude de queda de árvore sobre veículos na Av. Eduardo Sabino de Oliveira. Em Osasco, a queda de uma árvore derrubou o muro na Avenida Luís Rink, que causou a morte de uma pessoa.

Em Santo André, no ABC, um homem morreu atingido por estrutura de uma obra da construtora MRV, que se soltou por causa da ventania. Um outro homem ficou ferido. Ambos trabalhavam na obra.

"Devido a esse acidente, sem precedentes, dois colaboradores foram atingidos. Infelizmente um deles faleceu, enquanto outro sofreu uma fratura e está sendo atendido no Pronto Socorro de Santo André. A empresa lamenta o ocorrido e informa que está prestando toda assistência necessária aos familiares e ao funcionário acidentado", informou a MRV em nota.

Em Limeira, no interior do estado, um homem, de 27 anos, morreu depois que a parede de uma obra desabou em cima dele, no bairro Marajoara.

Já em Suzano, uma pessoa morreu na queda de uma árvore sobre a pessoa na Av. Antônio Marques Figueira, Vila Adelina.