Em julho, intensas ondas de calor assolaram o Hemisfério Norte, gerando repercussão em todo o mundo. No dia 6, a temperatura média global foi de 17,23ºC, estabelecendo um novo recorde já registrado desde o início dos registros climáticos monitorados pela Organização Meteorológica Mundial (OMM).
“A mudança climática está aqui. É assustador. E é só o começo. Ainda é possível limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C e evitar o pior das mudanças climáticas. Mas apenas com ação climática dramática e imediata”, lembra Antonio Guterres, secretário-geral da ONU, em sua fala sobre o mês mais quente da história.
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A onda de calor que assolou a Europa causou incêndios devastadores, afetando diretamente a população e estampando capas de jornais. As altas temperaturas não só representaram uma ameaça à saúde e ao bem-estar das pessoas, mas também aumentaram o risco de incêndios, que causam danos significativos à propriedade e ao meio ambiente.
Em resposta a essas condições extremas, autoridades de saúde em todo o mundo, incluindo nos Estados Unidos, Europa e Ásia, emitiram alertas de calor. Cada vez mais tardias, discussões sobre as mudanças climáticas se tornaram mais frequentes.
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A maior temperatura registrada do mundo
Até hoje a temperatura mais alta já registrada oficialmente foi no ano de 1913. O Vale da Morte, na Califórnia, registrou 56,7ºC. Já em 2020, os termômetros arriscaram se aproximar desta média histórica, registrando 54,4ºC. Kebili, uma cidade na Tunísia, detém o recorde da segunda temperatura mais alta já registrada na Terra.
Em 1931, os termômetros em Kebili atingiram uma temperatura impressionante de 55ºC. Este recorde foi confirmado por um levantamento realizado pela rede de televisão Al Jazeera, que utilizou dados da WeatherBase para compilar as temperaturas mais altas das quais já se tem registro.
A cidade de Ahvaz, no Irã, detém o terceiro lugar na lista das temperaturas mais altas já registradas no mundo. Em 2017, a cidade experimentou um calor extremo, com os termômetros marcando uma temperatura de 54ºC. Já em quarto lugar, uma cidade na Austrália, chamada Oodnadatta registrou uma temperatura de 50,7ºC.
Calor de 70ºC daqui a milhares de anos
A Universidade de Bristol, no Reino Unido, realizou recentemente projeções sobre o calor na Terra daqui a milhões de anos e a pesquisa mostra o aumento de temperatura de 30°C acima da máxima atual, que poderia desencadear a próxima extinção em massa, similar à que ocorreu com os dinossauros, com potencial de eliminar quase todos os mamíferos, incluindo os seres humanos.
“Somos a espécie dominante, mas a Terra e o seu clima decidem quanto tempo isso dura. O que vem depois ninguém sabe. A espécie dominante pode ser algo completamente novo”, diz o líder do estudo Alexander Farnsworth, em entrevista ao The Guardian.
Segundo as projeções, esses eventos catastróficos ocorrerão em um futuro bem distante, em um novo supercontinente que está sendo chamado de Nova Pangeia ou Pangea Ultima. Estima-se que essas mudanças ocorrerão daqui a 250 milhões de anos. A pesquisa projeta que apenas 8% a 16% da Terra será habitável, quando o supercontinente for formado.