Uma verdadeira enxurrada de pessoas chegou à cidade de Khan Younis, na Faixa de Gaza, em uma corrida desesperada por segurança e abrigo. Centenas de milhares de indivíduos fugiram do norte da região, utilizando qualquer meio de transporte disponível, incluindo carros, cavalos, carroças e, em último caso, seus próprios pés. No entanto, ao chegar em Khan Younis, encontraram uma cidade despreparada para receber uma população que praticamente duplicou da noite para o dia.
O êxodo ocorreu em resposta à ordem de evacuação do norte do território, emitida por Israel devido à ameaça de ataques e uma invasão iminente, provocada pelos ataques de militantes de Gaza, que resultaram na morte de 1.400 pessoas em Israel. Para muitos, a ordem de evacuação contradiz as instruções do Hamas, que pediu à população local que permanecesse onde estava. No entanto, em uma faixa de terra bloqueada por todos os lados e isolada do resto do mundo, as opções de fuga são limitadas, e a segurança é incerta.
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A cidade de Khan Younis, que normalmente abriga 400 mil pessoas, viu sua população aumentar para mais de um milhão em questão de horas. Moradores do leste da Faixa de Gaza, que já haviam sofrido na guerra de 2014, também se juntaram a essa migração em massa.
Tragédia
A situação na cidade é caótica. Os recursos já escassos estão se esgotando rapidamente, agravando ainda mais a situação. O principal hospital da cidade, que já enfrentava escassez de suprimentos essenciais, agora se tornou um refúgio para refugiados, onde os médicos atendem aos feridos causados pelos bombardeios israelenses. A falta de suprimentos básicos, como água, torna a vida ainda mais difícil para os deslocados.
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As escolas na cidade também estão lotadas de famílias em busca de abrigo, muitas delas administradas pela UNRWA, a agência humanitária da ONU para refugiados palestinos. A falta de espaço é evidente, e a multidão de pessoas inevitavelmente se espalha pelas ruas, becos e passagens subterrâneas, vivendo nas condições precárias da cidade.
A escassez de comida, combustível e água é alarmante, e a cidade permanece sob constante ameaça de bombardeios. A invasão ainda não começou, e muitos temem o que está por vir.
Enquanto a população sofre, a única opção de saída, a passagem de Rafah para o Egito, permanece fechada. Abrir essa passagem criaria um novo desastre humanitário, já que milhões de refugiados se aglomerariam na fronteira.
A situação em Khan Younis é desesperadora, com a população enfrentando a fome, a sede e a ameaça constante da violência. A comunidade internacional observa com apreensão enquanto os residentes de Gaza enfrentam uma crise humanitária cada vez mais intensa.
Com informações da BBC News.