CRUELDADE

Israel já lançou seis mil bombas sobre Gaza em uma semana: uma a cada dois minutos

Ofensiva de Tel Aviv ocorre em resposta aos ataques do Hamas de 7 de outubro; número de vítimas já ultrapassa as do conflito de 51 dias em 2014

Créditos: Wafa - Forças de Defesa de Israel já jogaram seis mil bombas sobre a Faixa de Gaza
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As aeronaves das Forças de Defesa de Israel (IDF, da sigla em inglês) em apenas uma semana despejaram seis mil bombas sobre o povo palestino que vive na Faixa de Gaza. Esse número equivale a uma explosão a cada dois minutos e foi anunciado pela própria IDF.

O governo israelense justifica que a ofensiva militar pretende dizimar o grupo fundamentalista palestino Hamas em resposta aos ataques de 7 de outubro. Mais de 1.900 pessoas morreram no lado palestino, sendo que um terço das vítimas são crianças.

Os bombardeios israelenses atingiram alvos civis em toda a extensão da Faixa de Gaza, incluindo hospitais, campos de refugiados, prédios residenciais, veículos de imprensa e universidades. Pelo menos sete jornalistas perderam a vida.

Israel alega que seus alvos são bases do Hamas e afirma que faz esforços para evitar danos a civis no território, que abriga 2,2 milhões de residentes.

A situação é crítica na Faixa de Gaza, e muitos palestinos temem um massacre iminente, especialmente na região norte. Israel impôs um cerco total a Gaza e cortou o fornecimento de eletricidade, água e comida. A ajuda humanitária não tem previsão de entrega.

Pelo menos 423 mil pessoas deixaram suas casas na Faixa de Gaza nas últimas semanas, segundo as Nações Unidas. Muitos palestinos têm uma história de deslocamento, remontando a 1948, quando o Estado de Israel foi estabelecido e cerca de 750 mil palestinos foram expulsos de suas terras.

Agora, os palestinos temem um novo deslocamento em massa e um morticínio sem precedentes na região. Israel se prepara para uma possível invasão terrestre na Faixa de Gaza, visando eliminar a liderança do Hamas e resgatar mais de cem pessoas sequestradas por terroristas no sul de Israel, que estão mantidas como reféns. O Hamas alega que pelo menos 13 reféns morreram nos bombardeios até o momento.

Israel já realizou duas grandes incursões na Faixa de Gaza desde a retirada de suas tropas e colonos em 2005. Operações terrestres contra o Hamas em 2009 e 2014 duraram algumas semanas e resultaram em dezenas de soldados israelenses mortos, além de milhares de mortos do lado palestino, a maioria deles civis.

Ataques continuam

Neste domingo (15), aviões de guerra israelenses deram continuidade aos ataques aéreos em várias áreas da Faixa de Gaza, resultando em um número significativo de vítimas, sendo a maioria crianças e mulheres. A situação continua a se deteriorar, exacerbando a já grave crise humanitária na região.

A WAFA - agência de notícias palestina - informou que pelo menos oito palestinos, incluindo crianças e mulheres, foram mortos e várias outras ficaram feridas em um ataque que visou a residência da família Dardouna no campo de refugiados de Jabalia.

As forças militares israelenses também lançaram ataques aéreos em um prédio residencial a oeste da Cidade de Gaza. Os ataques resultaram em mais vítimas civis, incluindo crianças. Ambulâncias correram para o local para transportar os feridos para o Hospital Al-Shifa, na parte ocidental da cidade.

Ao mesmo tempo, o fogo de artilharia israelense atingiu apartamentos residenciais na parte leste de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza. Pelo menos três palestinos foram mortos e outros ficaram feridos.

O bombardeio de artilharia pesada da IDF continuou atingindo fortemente as partes orientais de Khan Younis e Rafah, causando danos significativos às casas dos residentes locais.

O correspondente da WAFA, citando informações de hospitais em Gaza, destacou que o número de vítimas causadas pela IDF durante os últimos oito dias de ataques já ultrapassou o número de mortos registrado durante um conflito de 51 dias em 2014.

 

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