Após duas horas e meia de discussões, a segunda reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas terminou sem alcançar um acordo nesta sexta-feira (13). As negociações para uma resolução continuarão nas próximas reuniões.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, que presidiu a reunião, instou o Conselho de Segurança a buscar um consenso diante da iminente ameaça de uma catástrofe humanitária.
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O Conselho tem uma responsabilidade crucial, tanto na resposta imediata aos eventos da crise humanitária atual quanto na promoção de relações multilaterais necessárias para restaurar um processo de paz. Nem israelenses nem palestinos deveriam mais passar por sofrimentos semelhantes.
Vieira também afirmou que o Brasil continuará promovendo o diálogo entre os membros do Conselho, incluindo a abertura de novas oportunidades de negociação. Ele destacou a urgência de prevenir mais derramamento de sangue, salvar vidas e garantir acesso humanitário imediato às áreas mais afetadas.
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O chanceler brasileiro reiterou o apelo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a libertação imediata e incondicional dos civis feitos reféns desde o início da crise e expressou o apoio do Brasil à solução de dois Estados, com os palestinos e israelenses vivendo lado a lado em paz e prosperidade, com fronteiras seguras e mutuamente acordadas.
Ele também manifestou a preocupação do governo brasileiro com a determinação de Israel de que a população evacue a parte norte da Faixa de Gaza até as 00h deste sábado (14), 18h de sexta-feira no horário de Brasília. Vieira enfatizou que isso poderia resultar em uma crise humanitária sem precedentes para os civis.
Como o Brasil detém a presidência rotativa do Conselho de Segurança, a reunião foi presidida por Mauro Vieira. Após a reunião, ele se encontrou com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, para resumir os diálogos.
A aprovação de uma resolução no Conselho de Segurança da ONU requer pelo menos 9 votos favoráveis dos 15 países membros do órgão e nenhum veto dos cinco membros permanentes: Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China. Um texto pode ser aprovado mesmo com a abstenção de um desses cinco países, desde que nenhum deles exerça o poder de veto.
Encontro com António Guterres
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, dirigiu um encontro a portas fechadas no Conselho de Segurança, nesta sexta-feira (13). Logo a seguir, o chanceler se reuniu com o secretário-geral da ONU, António Guterres, que destacou a crise no Oriente Médio.
Falando à ONU News, em Nova Iorque, o chefe da diplomacia brasileira disse que a discussão com os 15 Estados-membros do Conselho evidenciou o maior nível de consciência sobre a questão de civis palestinos na Faixa de Gaza por estes não estarem envolvidos nos ataques.
Antes de se reunir com Mauro Vieira, Guterres expressou solidariedade às famílias dos trabalhadores que perderam a vida na Faixa de Gaza e em outras áreas conflituosas. Desde o início da ofensiva do Hamas em 7 de outubro, 11 funcionários das Nações Unidas e 23 trabalhadores de organizações humanitárias morreram em Gaza. Na sexta-feira (13), um cinegrafista da agência Reuters faleceu no sul do Líbano.
Desde a criação do Conselho de Segurança da ONU após a Segunda Guerra Mundial, o órgão aprovou apenas quatro resoluções. A primeira ocorreu durante a Guerra da Coreia na década de 1950, seguida de um período de paralisia durante o restante da Guerra Fria. Posteriormente, o Conselho aprovou três resoluções: durante a invasão do Kuwait pelo Iraque em 1991, após a invasão do Afeganistão após os ataques de 11 de setembro em 2001 e durante a intervenção militar na Líbia em 2011.