ADVERSIDADES

Trabalhadores humanitários da ONU enfrentam desafios na prestação de ajuda em Gaza

Profissionais das agências das Nações Unidas compartilham as experiências do dia a dia das operações de socorro e relatam riscos e incertezas

Créditos: Unrwa (Mohammed Hinnawi) - As pessoas em Gaza procuram locais seguros para se abrigar
Escrito en GLOBAL el

Uma semana de confrontos e retaliações entre Israel e os Territórios Palestinos levanta preocupações sobre uma crise de proporções históricas. Profissionais das agências da Organização das Nações Unidas (ONU) compartilham as experiências do dia a dia de suas operações de socorro na linha de frente, enfrentando riscos e incertezas.

O conflito entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza já dura uma semana, completada neste sábado (14). Durante esse período, a ONU News tem acompanhado relatos de trabalhadores humanitários que atuam em nome da organização em apoio à população civil. Muitos desses trabalhadores tornaram-se vítimas mortais dos combates.

Diante das necessidades urgentes de centenas de milhares de deslocados internos na Faixa de Gaza, as agências das Nações Unidas estão fornecendo abrigo, alimentos e cuidados de saúde para um número crescente de pessoas.

Funcionários da ONU na linha de frente Apesar dos intensos bombardeios em Gaza e dos graves riscos envolvidos, esses profissionais estão apoiando pessoas que perderam suas casas e não têm para onde ir.

Confira estão alguns depoimentos de trabalhadores humanitários:

Juliette Touma, diretora de Comunicação da Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA), falando de Amã, na Jordânia, compartilhou sua visão sobre a situação dos funcionários da agência que estão atuando em Gaza:

Muitos deles perderam entes queridos, parentes e vizinhos. Alguns colegas perderam suas próprias casas.

Ela acrescentou que esses profissionais são médicos, enfermeiros, professores, engenheiros, trabalhadores de saneamento, motoristas e logísticos, que compõem o núcleo da operação da UNRWA, a maior operação da ONU no terreno em Gaza e também a mais antiga.

Esses são nossos heróis anônimos. Apesar de todas as dificuldades, muitos deles continuam no terreno, prestando serviços às pessoas necessitadas.

Interrupção do abastecimento

O profissional do Escritório da ONU para Assuntos Humanitários, Ocha, em Gaza, Hamada El Bayari, mencionou a dificuldade da chegada de recursos que possibilitem a continuidade de ações de assistência. 

A comunidade humanitária responde, apesar do fato de os recursos disponíveis em Gaza não serem suficientes. Houve uma interrupção quase completa da cadeia de abastecimento e, nos últimos dias, os recursos não foram autorizados a chegar a Gaza. Nos últimos dias, tornou-se extremamente desafiador para os trabalhadores humanitários colocar os pés onde está o impacto.

Crianças traumatizadas

O profissional de Comunicação do Escritório Regional do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, no Oriente Médio e Norte de África, Salim Oweis, destacou a situação preocupante das crianças.

A situação é muito, muito terrível e estamos à beira de uma catástrofe humanitária. Até agora, na Faixa de Gaza, há mais de 500 crianças mortas e mais de 1,6 mil feridas. Esses são os números iniciais e crescem a cada hora. Infelizmente, o impacto excede os danos físicos à saúde emocional e mental das crianças e das suas famílias que tentam sobreviver a este evento traumático.

Desde 7 de outubro, mais de 423 mil pessoas já foram deslocadas em Gaza. Destes, mais de 270 mil refugiaram-se em abrigos da Unrwa, onde são fornecidos alimentos básicos, medicamentos e apoio. *Extratos de entrevistas concedidas à ONU News Árabe.

Com informações da ONU News