VIOLÊNCIA POLÍTICA

Japão registrou atentados a políticos e autoridades nos últimos 32 anos: Veja

País é de fato um dos mais seguros do mundo, mas casos de assassinato ou tentativas contra figuras importantes têm ocorrido periodicamente. Confira o histórico dessas ações

Atentado que matou Shinzo Abe.Créditos: Redes sociais/Reprodução
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Embora o Japão seja uma nação com índices muito baixos de criminalidade e violência, e goze de um status de “civilizado” e “pacífico” em relação à sua vida política, o país registrou outros atentados contra figuras públicas nas últimas três décadas, não tendo sido o assassinato do ex-premiê Shinzo Abe, vítima de tiros na cidade de Nara na manhã de sexta (8), um caso totalmente isolado.

Segundo a rede estatal de comunicações NKH, uma série de ataques a tiros ocorreu no Japão nos últimos 32 anos, ainda que com desfechos diferentes. Ou seja, com as vítimas saindo ilesas, feridas ou mortas.

Motoshima Hitoshi, o então prefeito da cidade de Nagasaki em 1990, caminhava pelas ruas da cidade com escolta policial quando, por um descuido de seus agentes, foi atingido nas costas por um tiro disparado pelo agressor vinculado à extrema-direita. Ele ficou gravemente ferido e passou vários dias hospitalizado.

Em março de 1992, também um membro da extrema-direita atirou Kanemaru Shin, que àquela altura era o vice-presidente do Partido Liberal Democrático, o mesmo de Shinzo Abe. Ele discursava, assim como o ex-primeiro ministro, durante um evento político na província de Tochigi, ao norte de Tóquio. As balas acertaram Kanemaru, mas atravessaram seu corpo sem atingi-lo em pontos vitais e o atirador foi preso.

Já no ano de 1994, o primeiro-ministro Hosokawa Morihiro foi alvo de tiros num hotel da capital Tóquio. O autor também era um extremista de direita, identificado como Masakastu Nozoe acertou o teto do local, sem conseguir atingir o chefe de governo. Ele foi detido por seguranças e preso.

Um ano depois, em 1995, o comissário-geral da Agência Nacional de Polícia, Kunimatsu Takaji, maior autoridade policial do Japão, foi atingido por disparos de arma de fogo ao sair de casa, em Tóquio. Ele não morreu, mas ficou gravemente ferido, num episódio que os investigadores consideraram como de autoria do crime organizado que opera no país.

Por fim, em 2007, Ito Itcho, também prefeito de Nagasaki, morreu após ser baleado por um criminoso integrante da máfia japonesa, a chamada Yakuza. Da mesma maneira que Shinzo Abe, Ito fazia um comício no meio da rua quando foi atingido.