O ex-presidente Lula voltou a se manifestar contra a guerra entre Rússia e Ucrânia durante viagem ao México, nesta quarta-feira (2). O ex-mandatário foi recebido pelo presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador.
"O mundo precisa de paz, de amor, de compreensão. As pessoas querem apenas viver dignamente e por isso fazemos o apelo: governantes baixem as armas, sentem na mesa de negociação e encontrem uma solução. O mundo precisa de comida, o mundo precisa de emprego, o mundo precisa de educação, o mundo precisa que as pessoas sejam tratadas com respeito, o mundo precisa que mais de 900 milhões de pessoas que passam fome possam comer, e não de guerra. Basta de Guerra. Queremos Paz, Liberdade e Respeito!", disse o ex-presidente durante evento do partido Morena, de López Obrador.
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"Muitas guerras aconteceram sem necessidade. A guerra do Iraque foi baseada numa grande mentira sobre armas químicas. E quem pagou o preço foi o povo pobre, o povo trabalhador. A guerra só traz desgraça para a humanidade", completou.
"Se o presidente Putin tivesse pedido para a gente dizer se ele deveria ou não invadir a Ucrânia, a gente teria que dizer não. Gaste mais uma mesa, mais uma hora, mais um mês, mais um ano numa mesa de negociação. Em vez de tiro, vamos dar abraço e encontrar solução porque todo e qualquer problema é possível solucionar”, declarou. Lula voltou a citar que se opôs à invasão do Iraque pretendida por Goerge W. Bush, então presidente do EUA, porque a guerra do Brasil era contra a fome.
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Desde que o conflito armado se intensificou, no dia 24 de fevereiro, Lula tem se manifestado em tom crítico à incursão russa, apesar de sempre manter as críticas a invasões militares promovidas pelos Estados Unidos e por países da Otan.
"É lamentável que na segunda década do século XXI a gente tenha países tentando resolver suas divergências seja territoriais, políticas ou comerciais através de bombas, através de tiros, ataques, quando deveria ter sido resolvido em uma mesa de negociação", disse em entrevista a rádios do Distrito Federal na última quinta-feira (24).
Para Lula, "ninguém pode concordar com guerras e as potências fazem isso sem pedir licença". "Foi assim que os EUA invadiu Iraque, Afeganistão sem pedir licença para ninguém e invadiu. Foi assim que a França e a Inglaterra invadiram a Líbia e é assim que Rússia está fazendo com a Ucrânia. É importante que essas pessoas entendam que a guerra não leva à nada, além da destruição, do desespero, da fome", disse.
Em entrevista ao jornal mexicano La Jornada, o ex-presidente disse que a América Latina deve se unir em torno de um projeto de mundo pacífico.
Lula com López Obrador
Durante o encontro, Lula, o presidente mexicano e os demais presentes conversaram sobre o atual contexto geopolítico mundial, principalmente por conta da guerra na Ucrânia, ressaltando a necessidade de uma saída pacífica para o conflito. O papel da América Latina como mediadora e de contribuição para um mundo "multipolar" também esteve na pauta da conversa.
Em relato enviado à Fórum, o senador Humberto Costa, que acompanhou toda a reunião, afirmou que "Lula não foi recebido como candidato, mas como chefe de Estado". "Houve uma demonstração cabal que Lula não é apenas uma liderança do Brasil, mas uma liderança reconhecida e legitimada em termos internacionais", disse o parlamentar.