As tensões na região da fronteira da Ucrânia com a Rússia podem ganhar um novo capítulo nesta segunda-feira (21), após uma série de bombardeios atingir as regiões separatistas pró-Rússia de Donetsk e Lugansk, na Ucrânia, e a capital Kiev. Em pronunciamento feito na TV, Putin provocou a Ucrânia e anunciou o reconhecimento da independência dessas regiões, localizadas na bacia de Donbass.
O pronunciamento televisivo foi feito pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, logo após ele aceitar uma reunião com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, mediada pelo homólogo francês, Emanuel Macron.
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A decisão de Putin foi tomada após reunião do Conselho de Segurança russo, na qual também participaram o chanceler Sergei Lavrov, o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, o primeiro-ministro Mikhail Mishustin e outros oficiais do governo. O Parlamento russo pediu o reconhecimento da independência da República Popular de Donetsk (RPD) e da República Popular de Lugansk (RPL).
“A Ucrânia moderna foi inteiramente criada pela Rússia. Esse processo começou após a revolução de 1917”, disse o presidente, fazendo um recorrido histórico da geografia da região desde a União Soviética. Putin criticou a proposta de "descomunização" promovida pela Ucrânia e disse que essa iniciativa contraria a própria formação territorial.
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“A Ucrânia de hoje pode ser chamada com razão de “Ucrânia com o nome de Vladimir Ilyich Lenin”, ele é seu autor e arquiteto”, disse o presidente. “Estamos prontos para mostrar à Ucrânia o que é a verdadeira descomunização”, acrescentou.
"Acho necessário tomar uma decisão que deveria ter sido tomada há muito tempo para reconhecer imediatamente as Repúblicas Populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL)", anunciou Putin. O presidente já assinou o termo de reconhecimento, segundo o RT.
Macron e o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, foram comunicados por Putin antes do anúncio da decisão. Países europeus devem convocar seus conselhos de segurança para avaliar como atuar diante da situação. Ursula von der Leyen, presidenta da Comissão Europeia, disse que o reconhecimento "é uma violação flagrante do direito internacional" e que "a UE e os seus parceiros reagirão com unidade, firmeza e determinação em solidariedade com a Ucrânia".
Desde sexta-feira, está sendo realizada uma evacuação massiva da população de Donetsk e Lugansk - cerca de 700 mil pessoas - para a Rússia. Naquela data foram registrados os primeiros bombardeios nas localidades, que teriam partido do próprio governo da Ucrânia. Kiev nega.
O Kremlin informou nesta segunda que matou cinco soldados ucranianos que teriam cruzado a fronteira russa. Kiev não comentou sobre o episódio.