A ex-presidenta da Argentina Cristina Kirchner se pronunciou horas depois de receber a condenação do 2º Tribunal Federal do seu país. Por meio de uma live em suas redes sociais, Cristina voltou a afirmar que é vítima de lawfare.
“Como vocês ouviram em minhas argumentações [durante o julgamento], eu provei claramente que, segundo a Constituição, eu não tenho controle sobre as leis que são aprovadas pelos deputados e senadores. Dizem que cometi o crime porque sancionei as leis. Eu, como presidente, não posso legislar, para isso servem os deputados e senadores”, disse Cristina.
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Cristina Kirchner, que governou a Argentina entre 2007 e 2015, afirmou que "a verdadeira sentença" que lhe deram foi "a inabilitação perpétua para o exercício de cargos públicos, porque condenam um modelo econômico".
“O poder econômico e midiático controla uma espécie de Estado paralelo e restrito. É um sistema disciplinar da direção política argentina. Não dos que pensam como eles, os macristas. Falo de nós, do peronismo, daqueles que têm compromisso com os direitos do povo”, acrescentou Cristina.
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A líder do peronismo também afirmou que o sistema nunca vai "tolerar que alguém não faça o que eles querem. É por isso que eles estão me condenando [...] me querem presa ou morta".
“No dia 10 de dezembro de 2023 eu não vou ter foro [em referência a que nesse dia terminam seus mandatos de vice-presidente e de senadora, a não ser que ela concorra a algum cargo em 2023] e sendo assim vocês poderão dar a ordem aos seus capangas da Corte Suprema para que me coloquem na prisão”, concluiu Cristina.
Presidenta do PT presta solidariedade à Cristina Kirchner
Por meio de suas redes sociais, a presidenta nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffman (PT-PR). prestou solidariedade à Cristina Kirchner.
"Todo apoio à companheira Cristina Kirchner, vítima de perseguição e politização do judiciário. O PT está ao seu lado, força, a verdade vencerá!", disse Gleisi.
Cristina Kirchner é condenada a 6 anos de prisão
Cristina, que presidiu o país de 2007 a 2015, é acusada de supostamente chefiar uma associação criminosa que teria desviado dinheiro público durante seu mandato e também na gestão de Néstor Kirchner (de 20017 a 2015).
A sentença foi proferida em primeira instância e ainda cabem recursos, que podem fazer o caso chegar até o Supremo Tribunal Federal (STF) do país. A vice-presidenta, portanto, não será presa por enquanto pois tem a prerrogativa de foro privilegiado e pode, inclusive, se candidatar nas próximas eleições.
Cristina nega todas as acusações e afirma que é vítima de lawfare, tal como aconteceu com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Brasil.