Regida pelo craque Lionel Messi, que fez uma partida espetacular e dois gols neste domingo (18) em Lusail, a Argentina colocou a então atual campeã França "na roda" em boa parte da final da Copa do Mundo do Catar e é a nova tricampeã do mundo. Mesmo com a recuperação francesa no final do primeiro tempo e novamente na prorrogação, liderada por Mbappé que marcou os três gols franceses, os argentinos confirmaram a vitória nos pênaltis: 4 a 2.
No tempo normal as equipes empataram em 2 a 2 em partida emocionante e épica. Após um primeiro tempo de amplo domínio a Argentina saiu na frente com gols de Messi e Di Maria. "Diego Maradona está no céu torcendo pelo Messi", cantava a emocionada torcida ao longo da partida. Mas a partir dos 30 minutos do segundo tempo a França entrou no jogo e o craque Kylian Mbappé marcou dois gols em três minutos para empatar o jogo. No segundo tempo da prorrogação, Messi desempatou para os argentinos e Mbappé, de pênalti, proporcionou novo empate épico para a França. Nos pênaltis, brilhou a estrela do goleiro Emiliano Martínez, que pegou dois, e de Montiel, que marcou a penalidade derradeira após ter cometido o pênalti que possibilitou o empate francês na prorrogação.
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O craque argentino Lionel Messi finalmente conseguiu conquistar uma Copa do Mundo, aos 35 anos, após quatro tentativas frustradas. No Brasil, em 2014, quando perdeu por 1 a 0 para a Alemanha na final, foi a tentativa mais próxima do êxito. Agora o craque argentino conquistou o único título que lhe faltava no futebol. Já o jovem craque francês Kylian Mbappé, que chegou a ser comparado a Pelé pelo jornal L'Equipe, também fez uma partida espetacular e terminou a final com uma hat-trick, apesar de não ter sido campeão.
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Os argentinos encerraram um jejum de 36 anos sem a Copa do Mundo. Os outros títulos argentinos aconteceram em 1978, na própria Argentina, e em 1986, no México. No primeiro mundial, o principal destaque argentino foi o atacante Mário Kempes. A competição também ficou marcada pelo seu uso político por parte da ditadura militar argentina e uma polêmica na segunda fase envolvendo o Brasil e o Peru: naquela edição, havia uma segunda fase de grupos em que apenas os primeiros colocados iriam para as finais. No jogo derradeiro, a Argentina precisaria golear o Peru para ultrapassar o Brasil no saldo de gols e ir para a final contra a Holanda. O jogo terminou 6 a 0 para os argentinos com diversas reclamações brasileiras de que os peruanos teriam sido subornados. Já em 1986, o título argentino foi um show de Maradona. Contra a Inglaterra, que anos antes havia entrado em conflito com a Argentina por conta das Ilhas Malvinas, Maradona fez um golaço driblando cerca de cinco adversários, além do icônico gol de mão.
Já a França venceu a sua primeira Copa do Mundo em casa, em 1998, vencendo o Brasil na final com uma excelente atuação do craque Zinedine Zidane que marcou 2 dos gols da vitória por 3 a 0. O outro gol foi marcado por Petit. 20 anos depois, na Rússia, a França chegou ao seu bicampeonato após bater a Croácia de Modric, sensação daquela Copa do Mundo, na final por 4 a 2. Foi a Copa de Mbappé que se destacou ao longo da competição e marcou na final.
Agora os argentinos comemoram o tricampeonato desde Lusail e Doha, no Catar, até Ushuaya, a cidade mais ao sul do mundo. Passando, é claro, por Buenos Aires e todos os seus bairros. Sabe-se lá quantas horas, dias, ou até semanas, pode durar. Confira a seguir como foi a grande final.
Primeiro tempo
Nos primeiros minutos a Argentina pressionou a França, que começou errando saídas de bola. Aos 5 minutos Mac Allister aproveitou uma dessas falhas e finalizou com força para o gol. Lloris agarrou. Messi iniciou o jogo ligado.
Aos 7 minutos, após bela jogada de Messi com Di Maria, a bola sobrou para De Paul que emendou para o gol, mas a zaga cortou para escanteio. Em seguida a Argentina insistiu em cruzamentos para a área. Na segunda tentativa, uma dividida deixou o goleiro francês no chão, que valorizou a pancada a fim de esfriar o jogo argentino. O jogo ficou cerca de 2 minutos parado.
Embalada pela sua inconfundível torcida, movida pelo ritmo da murga, a Argentina seguiu pressionando, em partida muito inspirada de Messi e Di Maria. Aos 16 minutos, Théo Hernandez erra saída de bola e a bola sobra para Messi e que faz bela triangulação com Molina. Di Maria pega a sobra e chuta longe.
Mas Théo Hernandez se redimiu apenas dois minutos depois minutos. Disparou pela ponta esquerda para a linha de fundo e foi derrubado pela defesa argentina. Falta. Griezmann batou e Giroud subiu para cabecear. A bola foi fora e o juiz marcou falta de ataque em cima de Di Maria.
Aos 21 minutos Di Maria recebeu na esquerda, invadiu a área e foi derrubado por Dembelé. O juiz marcou pênalti. Na cobrança de Messi, bola no canto esquerdo e LLoris no canto direito: 1 a 0.
A Argentina seguiu no domínio da partida nos minutos seguintes, com trocas de passe no ataque e meio de campo de encher os olhos de qualquer apaixonado por futebol. No entanto, o jogo ficou menos agressivo, a tática argentina parecia ser a de manter a posse no campo de ataque para forçar um erro da defesa francesa.
Aos 37 minutos quando a França tentava agredir a Argentina, Mac Allister armou o contra ataque e tocou para Di Maria, nas costas da zaga francesa, ampliar o placar: 2 a 0 para uma Argentina que colocou a então atual campeã "na roda" durante todo o primeiro tempo.
Segundo tempo
A França voltou para o segundo tempo lançando-se para o ataque após o técnico Didier Deschamps, campeão em 1998 como jogador e em 2018 como técnico, ter dito que faltou garra e disposição ao time. A Argentina então se esforçou para travar o jogo no meio de campo, à espera de uma brecha para matar a partida.
Em enfiada para Di Maria na esquerda aos 15 minutos, o meia rolou para De Paul chutar. A bola bateu na zaga francesa e sobrou para Messi, que não conseguiu finalizar corretamente. E a Argentina continuou cozinhando a França nos minutos seguintes, embalada pelo canto da sua torcida. Dois minutos depois, após novo ataque frustrado da França, a Argentina emenda novo contra ataque e quase faz o terceiro com Mac Allister.
Pouco antes dos 25 minutos a Argentina recuou e deu o campo para a França. Nesse momento Mbappé teve a sua primeira chance de gol. Recebeu na esquerda, na entrada da área, cortou dois argentinos em direção à meia lua e chutou forte por cima do gol. A Argentina respondeu no minuto seguinte com jogada de Messi para Enzo Fernández, que chutou e Lloris defendeu.
A partir dos 35 minutos a Argentina adiantou o time e tentou trocar passes no meio de campo. Foi quando Mbappé teve a sua primeira oportunidade de diminuir para a França, mas chutou por cima. Mas apenas um minuto depois, após erro de passe argentino, Muani invadiu a área e foi derrubado por Otamendi. Pênalti. Mbappé bateu forte e rasteiro no canto direito, Martínez pulou certo mas não alcançou: 2 a 1 e a promessa de fortes emoções nos minutos finais.
Promessa cumprida. Apenas um minuto depois, Coman roubou a bola de Messi no meio de campo e armou a jogada do empate francês, que veio de uma bela finalização do craque Kylian Mbappé, de voleio: 2 a 2.
A França, que parecia entregue, se recuperou e, aos 45 minutos, quando o árbitro da final apontou 8 minutos de acréscimos, os franceses mostravam mais moral e confiança na partida, revertendo todo o quadro que se desenhou ao longo da partida. A saída de Mbappé e o cansaço de Messi foram as principais razões internas para a queda argentina na reta final.
Aos 4 minutos de acréscimo, Colman vai a linha de fundo, sofre falta, mas a França leva vantagem e quase vira o placar. Do banco de reservas Giroud reclamou da não marcação da falta e tomou um cartão amarelo. A três minutos do fim, a sensação era de que qualquer coisa poderia acontecer. A prorrogação não era uma certeza. A um minuto do fim, Messi emendou um chutaço para o gol que Lloris espalmou para escanteio. E antes do apito ainda houve uma tentativa para cada lado.
Prorrogação e pênaltis
O primeiro tempo da prorrogação começou equilibrado, com leve domínio francês no meio de campo. A Argentina teve uma oportunidade com De Paul aos 7 minutos, mas as outras chances foram francesas. Aos 15 minutos os argentinos quase chegaram ao gol de desempate com Messi e Montiel e, no minuto seguinte Lautaro Martínez desperdiçou nova chance antes do fim do primeiro tempo.
O segundo tempo da prorrogação começou com a Argentina em cima da França. Logo aos três minutos, Messi tabela com Lautaro Martínez e recebe na área para finalizar para o gol e explodir torcida argentina em todo o planeta. O gol ainda teve seu lado polêmico, e uma vez que a bola não estufou as redes, preciso ser checado se a bola cruzou a linha. Mas cruzou, de longe. E a Argentina ficava a cerca de 10 minutos do título, enquanto a França se via obrigada a lançar-se para o ataque em busca de mais um empate histórico na mesma partida.
Aos 11 minutos, Mbappé recebeu a bola na entrada e chutou para o gol. A bola bateu no cotovelo de Montiel dentro da área e o juiz marcou pênalti. O próprio Mbappé bateu forte, no canto direito de Martínez que pulou para o outro lado, e empatou novamente o jogo. Com esse gol, Mbappé empatou com Messi e Pelé na artilharia histórica de Copas do Mundo com 12 gols. Ronaldo Fenômeno tem 15.
Nos últimos segundos do tempo regulamentar da prorrogação Muani quase virou para a França. Na sequência a equipe de arbitragem apontou mais três minutos de bola rolando na grande final. Nos últimos instantes, Kolo Muani e Lautaro Martínez perderam chances cara a cara com Emiliano Martínez e LLoris.
Nas penalidades, Mbappé bateu o primeiro e fez. Messi abriu as cobranças argentinas e também marcou. Na sequência Martínez defendeu a cobrança de Colman e Dyballa confirmou sua cobrança: 2 a 1, Argentina na frente. Tchouaméni foi para a terceira cobrança francesa, diante da torcida argentina atrás do gol, e desperdiçou. Paredes, em seguida, chutou forte no canto e mesmo com Lloris pulando no lado certo, marcou o gol para a Argentina: 3 a 1. Kolo Muani em seguida batou o quarto pênalti e francês e fez. Montiel, então, pôde se redimir: bateu seu pênalti com firmeza e garantiu o título argentino: 4 a 2.
Relembre as campanhas finalistas
A Argentina estreou na Copa do Mundo do Catar apresentando um verdadeiro fiasco contra a Arábia Saudita. Após fazer 1 a 0 no primeiro tempo com gol de Messi, de pênalti, tomou a virada na segunda etapa com gols Al-Shehri e Al-Dawsari. Mas passado o susto, os argentinos venceram o México com tranquilidade, por 2 a 0, gols de Messi e Enzo Fernández; e a Polônia pelo mesmo placar com gols de Mac Allister e Julián Álvarez.
A França, ao contrário, venceu com tranquilidade seus primeiros jogos contra a Austrália e a Dinamarca, e foi classificada para o terceiro jogo. Na estreia, goleada por 4 a 1 com dois gols de Giroud – que nesta partida igualou Thierry Henry como o maior artilheiro da história da seleção com 51 gols -, um de Mbappé e outro de Rabiot. Na jogo seguinte, contra os dinamarqueses, a vitória por 2 a 1 veio com dois gols de Mbappé. O terceiro jogo foi perdido para a Tunísia por 1 a 0.
Na oitavas de final, os grupos de França e Argentina se cruzaram e os finalistas passaram com facilidade sobre os segundos colocados do grupo do rival deste domingo. A França venceu a Polônia or 3 a 1, com dois gols de Mbappé e um de Giroud, enquanto a Argentina fez 2 a 1 na Austrália com gols de Messi e Julián Álvarez.
Nas quartas de final os argentinos venceram a Holanda nos pênaltis por 4 a 3 após um jogo repleto de emoções. A Argentina abriu o placar com Molina após jogada genial de Messi e no segundo tempo ampliou com o próprio Messi, de pênalti. Mas a Holanda não se entregou e conseguiu o empate com dois gols de Weghorst, sendo o empate no último segundo de jogo.
Já a França passou pela Inglaterra nas quartas com um golaço de Tchouaméni e outro de Giroud. O astro inglês Harry Kane diminuiu, de pênalti, e teve a oportunidade de empatar o jogo em outra cobrança de penalidade, mas acabou disperdiçando.
Nas semifinais, Argentina e França passaram com facilidade pelos seus adversários. Com dois gols de Julián Álvares e um de Messi os argentinos não tomaram conhecimento da forte e organizada Croácia que eliminou a seleção brasileira na fase anterior. Já a França, passou com tranquilidade pelo Marrocos, a sensação da Copa e primeira seleção africana a chegar na fase semifinal. Os gols da vitória francesa por 2 a 0 foram marcados por Théo Hernandez e Kolo Muani.