A Seleção da Costa Rica chega à Copa do Mundo do Catar 2022 com a missão quase impossível de repetir a histórica campanha de 2014, quando chegou às quartas de final, mas terá um duro caminho já na primeira fase. No Grupo E do mundial, terá que desbancar o Japão, além das fortes seleções da Alemanha e da Espanha. Todavia, em 2014, com Uruguai, Itália e Inglaterra pela frente, os costarriquenhos surpreenderam e terminaram em primeiro lugar no seu grupo. Será que dessa vez repetem a dose?
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Esta será a sexta participação da Costa Rica em Copas do Mundo. A primeira foi em 1990, na Itália, quando acabou eliminada nas oitavas de final. Na fase de grupos venceu a Escócia por 1 a 0 e a Suécia por 2 a 1, tendo perdido apenas para para o Brasil por 1 a 0. Nas oitavas de final foi goleada pela Tchecolosváquia por 4 a 1. Nos mundiais de 2002 (Coreia do Sul e Japão), 2006 (Alemanha) e 2018 (Rússia) foi eliminada na fase de grupos.
Sua melhor participação em mundiais foi na Copa do Mundo de 2014, disputada no Brasil, quando venceu o Uruguai por 3 a 1 e a Itália por 1 a 0, além de um empate com a Inglaterra sem gols, passando em primeiro lugar no Grupo D. Itália e Inglaterra acabaram eliminadas. Nas oitavas de final eliminou a Grécia nos pênaltis após empate em 1 a 1 e só foi cair nas quartas diante da Holanda, novamente nos pênaltis, após empate sem gols. O grande objetivo dos costarriquenhos é repetir a surpreendente campanha de 2014.
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Além das participações em mundiais, a Costa Rica ainda é tricampeã da Copa da Concacaf, tendo vencido em 1963, 1969 (na própria Costa Rica) e em 1989. Também conquistou a Copa Centroamericana em 8 oportunidades. Para ir ao Catar este ano, precisou vencer a repescagem contra a Nova Zelândia por 1 a 0, com gol de Joel Campbell, após terminar as Eliminatórias da Concacaf em quarto lugar, atrás de Canadá, México e Estados Unidos.
A Seleção da Costa Rica estreia na Copa do Mundo do Catar 2022 contra a forte seleção da Espanha no próximo dia 23 de novembro (quarta-feira), às 13h de Brasília, no estádio Al Thumama. O segundo compromisso dos costarriquenhos pelo Grupo E será contra o Japão, no domingo seguinte (27), às 7h, no estádio Ahmad bin Ali. Encerrando sua participação na primeira fase do mundial a Costa Rica enfrenta a forte Alemanha em primeiro de dezembro (quinta-feira), às 16h, no estádio Al Bayt.
O que você precisa saber sobre a política na Costa Rica
O pequeno país da América Central, falante do idioma espanhol, e de maioria católica, é organizado como uma República constitucional presidencialista unitária, cujo presidente atual é o economista Rodrigo Chaves. A eleição presidencial é feita por voto popular direto, assim como dos dois vice-presidentes que governam ao seu lado. A capital fica na cidade de San José.
Seu poder Legislativo é unicameral e dispõe de 57 deputados, também eleitos por voto popular. Um dado curioso do país, é que a Costa Rica aboliu as suas Forças Armadas em primeiro de dezembro de 1948 e parece viver muito bem dessa maneira. Para defender seu território, em casos onde o diálogo não resolva os conflitos, os costarriquenhos podem formar um Exército a partir de cooperação continental ou por mobilização urgente, mas sempre sujeito a controle civil. Em 2014 o país proclamou que a paz é um direito humano e declarou que jamais abrirá mão de sua posição contrária às armas. Já pensou se a moda começa a pegar em outros países?
O que você precisa saber sobre a história da Costa Rica
Assim como todos os países das Américas, a Costa Rica é habitada desde tempos imemoriais por seus povos originários e só recebeu a colonização estrangeira, espanhola no caso, no século XVI, mais especificamente a partir de 1502. Durante o período colonial fez parte da Capitania Geral da Guatemala do Vice-Reino da Nova Espanha. A proibição de realizar comércio com os vizinhos e a enorme distância entre as capitais de seu próprio Vice-Reino e do Vice-Reino de Granada, ao sul, fizeram com que a pobreza crescesse no país ao longo da história.
A independência só veio em 15 de setembro de 1821 após a Espanha sair derrotada da Guerra da Independência do México (1810-1821). Após sua independência duas facções brigaram pelo poder, uma que queria adesão ao México e outra que queria um país independente e autônomo. As disputas levaram o país a uma guerra civil vencida pelos republicanos independentistas.
A Costa Rica instituiu a democracia em 1913, com o advento do voto direto. No entanto, 4 anos depois o general Federico Tinoco Granados depôs o presidente constitucional e instalou uma ditadura que durou dois anos. A partir de então distintos presidentes se sucederam até 1948, quando os resultados eleitorais foram questionados pela esquerda, o que desencadeou uma nova e curta guerra civil, vencida pelos revolucionários. Dessa maneira, em 1 de dezembro de 1948 a junta revolucionária com José Figueres Ferrer aboliu as Forças Armadas do país. Após a instituição da paz e o alívio ao contribuinte costarriquenho que não precisava mais sustentar homens de meia idade vestidos de azeitona, uma nova constituição foi promulgada e eleições foram convocadas, com vitória de Otilio Ulate Blanco. Anos depois José Figueres voltou ao poder e, eleito, impôs limites à atuação da United Fruit no país, além de resistir a uma invasão lançada por seus adversários, os ex-militares fugidos para a Nicarágua.
Nos anos 80, o então presidente da Costa Rica Óscar Arias Sánchez ganhou o prêmio Nobel da Paz após mediar conflitos internos em El Salvador e na Nicarágua.
O que você precisa saber sobre a economia da Costa Rica
Mas apesar de toda a liberdade, pacifismo e de uma sociedade bastante democrática e progressiva, o pequeno país encontra dificuldades na economia e apresenta índices de pobreza, talvez não os maiores do planeta, mas ainda assim alarmantes. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) está em 0,809 e é considerado médio, quase baixo.
A Costa Rica tem cerca de 5 milhões de habitantes e um PIB de 64 bilhões de dólares, o que chega a uma renda per capita de aproximadamente 12 mil dólares. Portadora de uma beleza natural exuberante, com litorais tanto no Atlântico/Mar do Caribe a leste, como para o Oceano Pacífico a oeste, e uma vegetação semelhante à Mata Atlântica brasileira, o país depende basicamente do turismo, uma vez que é a nação mais visitada da América Central. Sua pequena indústria produz alimentos e outros artigos para consumo interno, além de produtos eletrônicos para exportação. Também a agricultura é importante para a economia do país.
O que você precisa saber sobre a Cultura da Costa Rica
A Costa Rica foi considerada em 2017 o “país mais feliz do mundo” pela revista National Geographic. Além disso, costuma se destacar em todo tipo de pesquisa e coeficiente de felicidade que circula na imprensa mundial. A fórmula é simples: alto nível de serviços sociais e públicos, belezas naturais, alta expectativa de vida, baixa corrupção governamental e, claro, a ausência de Forças Armadas.
O país produz os seus intelectuais, escritores, músicos, todos com um caráter bastante local e com poucos holofotes fora da Costa Rica. Além disso, os costarriquenhos são donos de uma culinária única, que mistura elementos dos povos originários, além de espanhóis e africanos. 12 de Outubro é o feriado do Dia do Encontro de Culturas, onde o país celebra sua diversidade com muita música e comida.
A seleção da Costa Rica: Os jogadores que vão participar da Copa
Para a alegria costarriquenha também aparecer na Copa do Mundo do Catar, o técnico colombiano Luis Fernando Suárez convocou o experiente trio Keylor Navas, Celso Borges e Bryan Ruiz que esteve em campo durante a histórica campanha de 2014, no Brasil. Junto com os ídolos, Suárez também busca incluir uma nova geração de jogadores como Brandon Aguilera e Jewison Bennette.
O goleiro Keylor Navas, parceiro de Neymar no Paris Saint-Germain, fará a sua terceira Copa do Mundo neste ano no Catar. Navas começou sua carreira no Saprissa, da própria Costa Rica e em seguida passou anos no futebol espanhol, onde atuou por Albacete, Levante e Real Madrid antes de ir para a França. Pela seleção, já jogou mais de 110 partidas.
O meia Celso Borges, também formado no Saprissa, passou pelo futebol da Noruega e da Suécia antes de transferir-se para o Deportivo La Coruña, clube galego-espanhol onde no passado atuou o craque brasileiro Djalminha. Borges jogou 133 partidas pela seleção do seu país e anotou 23 gols.
Outro meia, o canhoto Bryan Ruiz foi o grande destaque da sua seleção na Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Entre os dois gols que marcou naquele mundial, destaca-se o gol da vitória por 1 a 0 sobre a Itália que eliminou os tetracampeões e garantiu a ida da Costa Rica às oitavas de final. Bryan começou a carreira no Alajuelense, que ao lado de Saprissa, Herediano e Cartaginés, está entre os 4 maiores clubes do país. Na sequência passou por Gent (Bélgica), Twente (Holanda), Fulham (Inglaterra), PSV Eindohoven (Holanda) e Sporting (Portugal), antes de vir jogar no Santos. Após uma passagem apagada pelo alvinegro da Vila Belmiro, retornou para o seu clube de origem.